No ano passado, o desabastecimento de álcool e gasolina nos postos BR ocorreu, como este ano, no início da safra da cana-de-açúcar e só foi regularizado depois de 30 dias. Em maio de 2008, as distribuidoras responsabilizaram as usinas pela falta de álcool anidro, adicionado à gasolina, e hidratado, usado como combustível. Na ocasião, os produtores rebateram as críticas. Segundo o Sindicato da Indústria do Álcool de Minas Gerais (Siamig), hoje o produto sobra nas usinas e o preço do litro do álcool, que atingiu R$ 0,68 na primeira semana de maio, despencou para R$ 0,57 na última semana, uma queda de 19%.
Na opinião de Luiz Custódio Martins, presidente do Siamig, a única justificativa para o atual desabastecimento é a logística. “No ano passado, aconteceu a mesma coisa. A distribuidora fica esperando o preço cair, compra pouco álcool e depois não consegue abastecer os seus postos”, aponta. A queda de braço entre as usina s e a distribuidora dificulta a formação de estoques nos postos.
Proprietários das revendas reclamam que mesmo fazendo pedidos de 15 mil litros de álcool ou gasolina, a entrega não ultrapassa os 5 mil litros. “O maior prejudicado é o consumidor”, diz o motorista Felipe Henrique Marques, que ontem, depois de tentar abastecer o carro da empresa pela terceira vez, foi embora com o tanque na reserva.