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IBGE e Conab reduzem estimativas para a safra

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgaram ontem suas novas estimativas para a safra 2008/2009. Segundo a Conab, a colheita será de 136,589 milhões de toneladas – volume 0,7% menor (ou 984 mil toneladas) que a projeção anterior, feita em abril, de 137,573 milhões de toneladas. Mesmo assim, a Conab destaca que a safra do período ainda permanece como a segundo melhor da história do Brasil.

Já o IBGE calcula que a safra de grãos para 2009 será de 136 milhões de toneladas, volume 6,8% inferior aos 145,8 milhões de toneladas obtidas no ano passado.

A Conab também informou que o Brasil deve colher este ano 39,1 milhões de sacas de 60 quilos de café. O número é 15% menor que o registrado no ano passado, de 45,9 milhões de sacas. Segundo a estatal, a queda se deve, principalmente, ao fato de a lavoura de café ser caracterizada por uma sa fra de alta produtividade e outra com menos rendimento. Outro fator que interfere na produtividade é o menor investimento em insumos, devido aos altos preços no momento do plantio.

Sobre a previsão de safra de grãos, a Conab justifica a queda na produção em função da estiagem na região Sul, que interrompeu a sequência de dois meses de crescimento já registrados.

Para o IBGE, a área plantada deverá somar 47,3 milhões de hectares, com destaque para as plantações de arroz, que deverá crescer 2,6%, e soja, com alta de 1,7%. Já a área plantada de milho deverá cair 3,6%.

Dos 25 produtos avaliados pelo instituto, 11 apresentarão alta. Os destaques deverão ser o feijão em 1ª safra (17,4%), amendoim em casca 2ª safra (16,8%), arroz (6,2%), cebola (6,5%) e cana-de-açúcar (3,5%). As quedas mais acentuadas atingirão as produções de algodão herbáceo em caroço (-19,6%), café (-13,6%), trigo em grão (-3%) e milho em grão 1ª safra (-14,3%). Também ficarão em baixa as produções de soja (-3,9%) e feijão em grão 3ª safra (-6,9%).

Tradings

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse ontem que as tradings – empresas que financiam os agricultores com a compra antecipada da produção e fornecimento de insumos – já começam a retornar ao mercado interno, o que pode dar uma segurança maior ao setor. Stephanes reconheceu, no entanto, que esse sinal não resolve as necessidades de financiamento. “É bom, reduz as necessidades internas, mas mantenho a defesa de que precisamos entre R$ 90 e R$ 100 bilhões”, disse.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, já afirmou que o valor pedido por Stephanes pode não ser atendido pelo governo. O problema de crédito para o financiamento da safra se intensificou após a crise mundial, quando tradings saíram do mercado.