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Setor da cana lidera denúncias de trabalho escravo em 2008, aponta pesquisa

O setor sucroalcooleiro liderou novamente o ranking de denúncias de trabalho escravo no país em 2008, segundo mostrou pesquisa da CPT (Comissão Pastoral da Terra). O setor respondeu por 36% das denúncias envolvendo situações de trabalho degradante.

Pesquisa da entidade baseada em dados do governo mostra que o número de denúncias cresceu 5,6% em 2008, passando de 265 casos registrados no ano passado para 280 casos. Segundo a pastoral, o maior número supera o recorde de 2005, quando 276 denúncias foram registradas.

No ano passado, 5.266 pessoas foram encontradas trabalhando em condições de escravidão no país. Dessas, 2.553 (48%) trabalhavam na colheita de cana. Na pecuária e em outras lavouras, 1.760 (34%) foram libertadas.

A região Norte responde por cerca da metade (46,8%) das ocorrências de trabalho escravo, contra 18,9% no Cent! ro-Oeste e 17,9% no Nordeste. De difícil acesso e fiscalização, os nove Estados da Amazônia Legal concentraram 68% dos registros.

No detalhamento por estado, Goiás mantém a liderança pelo segundo ano consecutivo, com 867 pessoas libertadas em seis casos; no Pará foram 811 libertados em 66 casos fiscalizados; Alagoas teve 656 trabalhadores encontrados em três casos investigados.

Desde 1995, a CPT realiza ações contra o trabalho escravo. mais de 30 mil pessoas já foram libertadas de tais condições desde então. A entidade estima que um total de 25 mil brasileiros ainda sejam mantidos sob regime escravo.