O governo de Pernambuco e a Fiepe (Federação das Indústrias de Pernambuco) responsabilizam a entressafra da cana-de-açúcar pelo aumento das demissões no primeiro trimestre de 2009.
Segundo o secretário estadual do Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de ontem estão “contaminados pela sazonalidade”.
O cadastro revela que, de janeiro a março, o saldo de criação de vagas foi negativo em 22.252 postos, pior índice do país. Contando só demissões, o número quase dobra em relação ao primeiro trimestre de 2008.
“É claro que há o componente da crise mundial nesse contexto, mas a maior parte das demissões está ligada ao fim da safra sucroalcooleira”, disse o secretário. O setor emprega 110 mil pessoas.
Das 24.889 demissões registradas só na indústria pernambucana no primeiro trimestre, 23.158 ocorreram nos setores de produtos alimentares e bebidas, áreas ligadas à produção da cana.
A agricultura gerou 7.344 demissões, e o comércio, 1.888. A construção civil liderou em contratações.
Para a economista e coordenadora da unidade de pesquisa da Fiepe, Monica Mercês, a diferença entre os números de demissões registradas em 2008 e em 2009 se deve ao “retardamento dos desligamentos no campo”. O período de entressafra da cana termina em agosto.