A Companhia Energética de Ribeirão Preto (Cerp), única usina de açúcar e de etanol do município, anunciou anteontem a criação de Programa de Demissão Voluntária (PDV) aos trabalhadores rurais.
Com a medida, cerca de 70 funcionários poderão ter o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) liberado e conseguir dar entrada no seguro-desemprego.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ribeirão Preto, os salários estão atrasados desde dezembro. No entanto, segundo a entidade, a empresa ainda não deu previsão para pagar os salários atrasados. “Foi feita paralisação na terça e quarta dessa semana. Os trabalhadores estão passando por dificuldades e, pelo menos, com essa alternativa dá para aliviar um pouco”, afirma Silvio Palviqueires, presidente do Sindicato. Além dos 70 trabalhadores, cortadores de cana que trabalharam na safra do ano passado e foram dispensados no começo de dezembro ainda têm pendências com a empresa.
“No ano passado, só no corte da cana tinha 1,2 mil pessoas. Eles receberam férias e 13º, mas faltou uma parte do FGTS”, diz Palviqueires. Já para os demais funcionários, cerca de 200 trabalhadores da indústria, a empresa deve se reunir para apresentar proposta na próxima segunda-feira (06).
“Vamos aguardar uma solução. Sabemos que a empresa está em negociação com novos parceiros para investir na usina e torcemos para que dê certo para todos retomarem as atividades”, disse Pedro Jesus Sampaio, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Fabricação do Álcool, Químicas e Farmacêuticas de Ribeirão Preto.
De acordo com Sampaio, caso isso não aconteça, o sindicato pretende entrar com proposta de rescisão indireta junto ao Ministério do Trabalho. “É um remédio extremo. Mas é uma saída se a empresa não conseguir regularizar a situação”, relata.
De acordo com Paulo Cristino da Silva, gerente regional da Subdelegacia do Ministério do Trabalho, o pedido da rescisão é avaliado pela Justiça do Trabalho. Procurada pela reportagem durante a tarde de ontem, a empresa (antiga Usina Galo Bravo) não retornou as ligações.
Albertina vai reunir credores na próxima 2ª
Outra usina da região, que busca alternativas para superar as dificuldades ecônomicas é a Companhia Albertina, situada em Sertãozinho. Em recuperação judicial desde dezembro do ano passado, a empresa está fazendo o levantamento do total de credores para começar a negociar as dívidas, estimadas em US$ 100 milhões.
Segundo a assessoria, na próxima segunda-feira a empresa vai convocar os credores para uma assembleia, a ser realizada no dia 23 de abril. São esperadas em torno de 100 pessoas na ocasião.
O objetivo é apresentar um plano de negociação, com valores e prazos.
A usina depende dos acordos com os credores para definir o início da moagem da safra 2009/2010. Cerca de 1,8 mil funcionários aguardam o andamento dos acordos.