Depois de 20 dias vendido por médios R$ 1, o litro do etanol (álcool combustível) volta a subir nos postos de Ribeirão Preto. Ontem, entre o começo da tarde e às 20h, a maioria dos estabelecimentos já vendia o biocombustível entre R$ 1,21 a R$ 1,29, em reajuste de até 30%.
“Acabou a promoção”, foi a explicação de funcionários de postos ouvidos pelo A Cidade.
Para Oswaldo Manaia, diretor regional da Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), o aumento já era previsto.
“O valor nas bombas estava bem abaixo do necessário. O posto precisa de uma margem de R$ 0,30 e estava trabalhando com R$ 0,003. Não paga nem a força [eletricidade]”, explica.
De acordo com Manaia, o realinhamento de preços se deve a concorrência. “É um mercado muito rápido, tanto para dar desconto, como para aumentar a margem. Se um [posto] não acompanhar, não vende”, argumenta.
O novo reajuste ocorre às vésperas do início da safra na maioria das usinas, mas o diretor regional do Sincopetro não faz estimativas sobre nova queda de preço por conta da maior oferta de etanol.
Na entressafra
“Tivemos a queda de preços na entressafra, justamente um período em que o preço deveria subir. A oferta de etanol no mercado é grande, não sei como isso vai refletir nos valores para o consumidor final”, disse.
Apesar do novo aumento para o consumidor, o preço do etanol para as usinas teve nova queda.
“Caiu mais 6%. É uma questão de oferta alta. Apesar da demanda aquecida há muito etanol no mercado”, explica Sérgio Prado, representante regional da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).
De acordo com levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da USP, do começo de fevereiro até a semana passada, o álcool hidratado (utilizado como combustível), teve queda de 27,8%.
O álcool anidro (utilizado na gasolina), também teve queda de 22,7% desde janeiro.
Na última semana do dia 23 a 27/03, o álcool, sem frete e impostos, custava R$ 0,5926 o litro.