O Banco Mundial apontou nesta quarta-feira o Brasil como “protagonista decisivo” nas discussões globais sobre as mudanças climáticas.
O organismo multilateral de crédito também defendeu a redução das tarifas impostas ao etanol brasileiro no exterior e elogiou o que chamou de “uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo”.
No estudo “Desenvolvimento com Menos Carbono: Respostas Latino-americanas ao Desafio das Mudanças Climáticas”, o Bird afirma que, apesar de ter rendimento quase duas vezes maior que o concorrente norte-americano, o etanol brasileiro tem sido limitado pelas atuais tarifas de importação impostas no exterior.
“Reduzir ou eliminar as elevadas tarifas comerciais e os enormes subsídios proporcionados por muitos países, produziria benefícios econômicos para o Brasil e para os seus parceiros comerciais, além de diminuir as emissões de gases do efeito estufa”, afirma o Bird em comunicado.
O estudo do Bird também rebateu algumas críticas ao etanol brasileiro, isentando o produto de responsabilidades no aumento dos preços dos alimentos registrado entre 2007 e 2008. “Ao contrário do etanol de milho”, afirma o banco.
O estudo, inicialmente publicado em dezembro mas que teve sua versão em português divulgada nesta quarta, afirma ainda que mais de 80 por cento da energia produzida no país é oriunda de fontes renováveis e vê um grande potencial de geração de energia limpa na América Latina, principalmente na exploração das energias eólica e solar.
“No entanto, em relação às fontes de energia renovável, o maior potencial da região está sem dúvida na hidroeletricidade”, sustentou Augusto de la Torre, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe e um dos autores do relatório.
No último dia 5 de março, o Banco Mundial aprovo! u um empréstimo de 1,3 bilhão de dólares ao Brasil para ajudar o país em suas agendas ambiental e sobre mudanças climáticas.
Segundo o relatório, cerca de 85 por cento das emissões de gases do efeito estufa da região se concentram em seis países. O Brasil e o México produzem quase 60 por cento desse total e os 25 por cento restantes correspondem à Argentina, Colômbia, Peru e Venezuela.
“O aquecimento progressivo do sistema climático regional já é uma realidade”, afirmou De la Torre. “Mas em vez de ser a parte principal do problema, o Brasil é acima de tudo parte da solução”, acrescentou.