Mercado

Etanol com qualidade

Editorial

O etanol produzido no Brasil já se tornou uma das principais estrelas de um mercado mais e mais estratégico no desenvolvimento sustentável do capitalismo: o energético. Em ascendência evidente frente às limitações ambientais do principal concorrente, o petróleo, os produtores do etanol têm agora como objetivo imediato a implementação de um sistema de certificação que garanta a competitividade frente ao mercado externo.

A visita da comitiva liderada pelo primeiro-ministro da Holanda, Jan Peter Balkenende, na tarde de ontem na Esalq (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”), é mais um passo nesta discussão. Cada vez mais a Europa mostra interesse em importar o produto brasileiro. Mas, para viabilizar futuros acordos comerciais, prescinde de um selo internacional que garanta a sustentabilidade do agronegócio.

Para que o etanol seja considerado uma fonte limpa, há uma série de fatores que precisam ser levados em conta, como as condições do plantio da cana-de-açúcar. O principal problema, porém, continua relacionado ao desmatamento que seria causado no aumento da área de plantio de cana. Referência internacional em biocombustíveis, a Esalq é uma instituição estratégica neste quadro.

À universidade compete atuar não só na desmistificação de alguns paradigmas ligados ao setor sucroalcooleiro (como a ideia de que a Amazônia é desmatada para o plantio de cana), como também na implementação efetiva de um sistema de certificação – já há alguns no mercado, embora poucos conhecidos pelos estrangeiros. A criação de um Centro de Bioenergia na Esalq, que aglutinará pesquisadores das principais universidades do país em estudos energéticos, é apenas o pontapé inicial para que o Brasil se torne, de fato, o principal produtor de energia renovável do planeta.

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