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Tailândia quer acordo com Brasil; exportações do país batem recorde

Representantes da União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica) deverão ir à Tailândia nos próximos 60 dias para desenhar um acordo para o programa de álcool combustível naquele país.

Ontem, o primeiro-ministro da Tailândia, Thaksin Shinawatra, discutiu os primeiros detalhes, em São Paulo, com o presidente da Unica, Eduardo Carvalho, para a implantação do programa.

Segundo Carvalho, os tailandeses já produzem álcool, mas em pequeno volume.

“Vamos fazer um workshop e explicar como é o programa brasileiro.”

A idéia é que os tailandeses conheçam detalhes do programa brasileiro para que façam seu próprio modelo.

Na reunião de ontem, participaram também os empresários da Petrobras,

Dedini, THRD Trading e da Ethanol Trading.

Segundo Roberto Gaenly, diretor da THRD, o Brasil poderá exportar 700

milhões de litros por ano, nos próximos três anos, até que os empresários tailandeses implantem seu próprio programa. “No futuro, a Tailândia poderá ser um parceiro do Brasil para abastecer o mercado asiático”, disse Carvalho.

Mesmo sem o acordo com a Tailândia, as exportações brasileiras de álcool mantêm recordes mensais. Em maio, as vendas externas foram de 155 milhões de litros, aumento de 423% sobre maio de 2003, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Do total vendido em maio, 80 milhões de litros foram para os Estados Unidos.

Nos primeiros cinco meses do ano, os volumes exportados somaram 637,14

milhões de litros de álcool, 144% acima do mesmo período do ano passado, quando as usinas negociaram 260,9 milhões de litros. Em receita, as vendas externas totalizam US$ 146 milhões até maio, 165% acima de igual período do ano passado.

A expectativa do setor é de que as vendas externas atinjam 1,5 bilhão de litros na safra 2004/05.