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Nova refinaria na Síria: mais açúcar do Brasil

O grupo T. Akhras, da Síria, vai aumentar a importação de açúcar do Brasil. Com a construção de uma refinaria na cidade de Homs, que deverá produzir inicialmente 600 mil toneladas – e tem meta de chegar a um milhão de toneladas em 2010 – as vendas da commodity brasileira para a empresa deverão dobrar.

As instalações da refinaria, a Middle East Factory Company, foram visitadas ontem (19) pela missão brasileira organizada pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e a Embaixada do Brasil em Damasco.

Além do açúcar, os equipamentos da refinaria também foram importados do Brasil. Outra commodity importada do país é a soja, já que o grupo sírio também refina o óleo de soja. Segundo o secretário-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, a refinaria de açúcar deve começar a operar até o final do ano. A delegação brasileira foi recebida pelo presidente da empresa síria, Tarif Akhras.

O grupo T. Akhras emprega 500 funcionários e atua em diversos setores, como importação e exportação, transporte marítimo e terrestre e indústrias de alimentos. Agora, o grupo também está estudando construir um hotel em Homs desenhado por um arquiteto brasileiro.

A missão brasileira também visitou a refinaria National Sugar Company, que tem participação da empresa brasileira Crystalsev, da multinacional Cargill e do empresário sírio Najib Assaf. A refinaria também está localizada em Homs e está produzindo 300 mil toneladas ao ano. No local, os brasileiros foram recebidos pelo diretor de produção da empresa síria, Bassan Yacoub.

Equipamentos médicos

Ainda ontem, a delegação brasileira também visitou o grupo Attar, um dos maiores da Síria, que atua com importação e exportação, indústrias e turismo. O grupo representa grandes marcas como Sony, de eletrônicos; Carrier, de ar condicionado; Carlton, de hotéis; Roche, de produtos farmacêuticos, entre outras. “O grupo demonstrou muito interesse em comprar do Brasil equipamentos médico-hospitalares e odontológicos, além de máquinas para avicultura”, disse Alaby.

A empresa tem interesse ainda em máquinas para mineração, extração de fosfato e silos para armazenamento de trigo. Atualmente, o grupo importa apenas carnes do Brasil. “Essa missão veio na hora certa (para Síria). Têm grandes investimentos sendo feitos aqui em diversos setores”, afirmou o diretor do grupo de produtos da Associação Brasileira da Indústria Eletro Eletrônica (Abinee), Niels Kleer, que integra a delegação.

De acordo com ele, os sírios estão sendo bem receptivos em relação ao Brasil. “Com a recente abertura do mercado, os empresários estão se preparando para importar mais”, disse Kleer. Ele afirmou ainda que não é só o Brasil que está de olho no mercado sírio, mas já existem muitos investimentos chineses e europeus no país. “Estamos surpresos com tudo que vimos. Há muito potencial nesse mercado”, acrescentou. Porém, segundo o diretor, as empresas brasileiras têm que continuar o trabalho que a Abinee e o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), Carlos Nogueira, que também faz parte da missão, começaram.

Estágio no Brasil

A delegação brasileira também esteve no escritório do Centro de Negócios das Pequenas e Médias Empresas da Síria, financiado pela União Européia. Segundo Alaby, foi discutido no encontro oportunidades de estágios para sírios em entidades setoriais e na Câmara Árabe para que os empresários pudessem aprender mais sobre o mercado brasileiro. Outra entidade visitada pelos brasileiros foi a Câmara de Comércio de Homs, onde estavam presentes cerca de 15 empresários de diversos setores.