O plantio de matérias-primas para a fabricação de biocombustíveis, como a mamona, o girassol e a soja, não ameaça a produção de alimentos em propriedades de agricultura familiar, segundo José Graziano da Silva, representante regional para a América Latina e o Caribe da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). Em entrevista concedida à Ansa, Graziano, que foi coordenador do programa Fome Zero, afirmou que “o mais importante para os trabalhadores da agricultura familiar não é o que se planta, mas a remuneração obtida com as vendas dos seus produtos”. “Esses produtores precisam de mercado, pois somente assim poderão superar a condição de pobreza e melhorar o nível de sua renda”, afirmou. Neste sentido, o representante da FAO destacou como uma importante ação o Programa de Aquisição de Alimentos. Por meio dele, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) compra o excedente gerado nas propriedades de agricultura familiar, o que proporciona ao trabalhador rural ganhos maiores e colabora para a formação de estoques de alimentos cujos preços estão em alta no mercado internacional, como arroz e feijão. Na semana passada, durante a cerimônia de posse da diretoria da Petrobras Biocombustível, subsidiária da estatal petrolífera criada para produzir combustíveis de matriz orgânica, o presidente Lula anunciou que 58% de toda a matéria-prima já adquirida para colocar em funcionamento uma das unidades da empresa, na Bahia, tem origem na agricultura familiar. Para Graziano, contudo, não há risco de que a área usada para plantar comida passe a abrigar cultivos de matérias para o biocombustível. “O modelo do Brasil é bastante especial, pois existe a conciliação de culturas. Hoje, um mesmo produtor consegue produzir feijão e mamona em sua propriedade”, disse ele. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário, a agricultura familiar é responsável por 70% dos alimentos consumidos no Brasil.
Mercado
Biocombustível não compete com alimento, diz representante da FAO no Brasil
Mais Notícias
Mais artigosSINATUB
Congresso Internacional reunirá especialistas e grandes marcas do setor bioenergético em Ribeirão Preto
O SINATUB25 contará com profissionais de usinas, nomes de referência e empresas líderes para dois dias de imersão em conteúdo técnico, inovação e conexões de alto nível
Mercado
Safra 2025/26 em Minas terá 7,1% menos cana; entenda os motivos
Queda na oferta de cana na safra 2025/26 é estimada pela SIAMIG Bioenergia
Mercado
Por que o Brasil tem potencial para liderar a transição energética global
Confira vídeo do MBCB que explica como o Brasil pode liderar a transição energética global
Estados Unidos
Por que os motoristas dos EUA irão economizar dinheiro com combustível no verão
Economia de dinheiro com combustível ocorrerá nos meses de verão nos EUA
Mercado
Quem é a empresa da Eslováquia que comprou 50% da Usina Agropéu, de Minas Gerais
Aquisição de 50% da Usina Agropéu foi anunciada nesta segunda-feira, dia 28 de abril
Mercado
CMAA inicia plano de investimentos de R$ 3,5 bilhões
Plano de investimentos da CMAA foi anunciado no dia 25 de abril