As subsidiárias brasileiras de montadoras de veículos prevêem que terão perdas se o Brasil ceder às pressões dos europeus em relação ao setor nas conversações sobre a Rodada de Doha que estão sendo realizadas em Genebra. Representantes do setor automotivo acusaram o governo alemão de estar pressionando o País para abrir o mercado à BMW, como “moeda de troca” para concessões européias em subsídios agrícolas.
Pedro Betancourt, representante da Anfavea (associação brasileira das montadoras,) garantiu em Genebra que “o governo alemão está tomando uma posição incompreensível e afetando suas próprias indústrias que estão no Brasil.”
A indústria brasileira, representada em Genebra também pela Fiesp, apóia a proposta feita pela Organização Mundial do Comércio, que fez concessões em relação à proposta inicial dos europeus, mas alerta: a conclusão do acordo parcial exigirá que o Brasil faça sua lição de casa.” O acordo mostra que tínhamos uma agenda externa. Agora, precisamos de uma agenda doméstica”, afirmou Mário Marconini, diretor da Fiesp.
No etanol, a União Européia propôs em Genebra a redução das tarifas que cobra sobre as importações do produto brasileiro. A proposta surpreendeu, já que o tema não estava incluído na pauta das discussões.
Os países que participam do encontro decidiram adiar as reuniões até quarta-feira, na tentativa de evitar um impasse. O Brasil está otimista de que se fechará um acordo nesse prazo.