O ainda modesto mercado brasileiro de crédito de carbono tem beneficiado, em sua maior parte, investidores estrangeiros que, nas negociações com as cooperativas, firmam contratos de longo prazo nos quais detém até 90% da renda. Esse modelo de gestão pode estar perto de terminar a partir do Programa Inserção Sustentável das Cooperativas no Mercado de Carbono, que será lançado hoje, em Brasília pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e contará com a presença do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.
No projeto, que pretende incentivar a inserção das cooperativas agrícolas nesse mercado, a idéia é transformar passivo ambiental em ativo econômico. “Queremos a atuação dos cooperados sem grandes empresas envolvidas. A idéia é que a cooperativa se aproprie e faça a comercialização”, afirma Gustavo Prado, técnico da gerência de mercados da OCB. Ele explica que, na forma como acontece hoje, a cooperativa fica rendimento, presa em longos contratos e ainda perdem um diferencial competitivo. “Como não detém os créditos as cooperativas não podem buscar uma certificação, um selo social”, diz.
Uma das primeiras medidas do Programa será habilitar como certificadoras empresas brasileiras na Organização das Nações Unidas (ONU). Para apressar o processo será assinado um protocolo de intenções entre os ministérios da Agricultura, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Agrário, além da OCB, Banco do Brasil e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação ea Agricultura (FAO).
Segundo um levantamento da OCB, existem no Brasil apenas quatro cooperativas que trabalham com créditos de carbono: Cooperio, Copagril, Coopercampos e Eletrorural. Esta última faturou R$ 6 milhões em 2007 com a venda de 134 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) evitadas com a geração de energia de uma pequena central hidrelétrica para uma empresa japonesa.
A Coopercampos também acaba de firmar contrato com uma empresa do Japão. O banco Sumitomo irá financiar a introdução de um biodigestor em uma das granjas da cooperativa. “Já atuamos nesse mercado através da AgCert (associada à AES Corporation, da Irlanda). Eles investiram nas propriedades e ficam com 90% de crédito para comercialização”, diz Adori Bernardi, assessor da Coopercampos. Atualmente a cooperativa recebe R$ 31 mil pelas seis propriedades cobertas com biodigestores financiados pela AgCert, o que representa cerca de 10% do valor gerado.
As cooperativas brasileiras, que têm participação modesta no mercado de crédito de carbono, ganharão novo impulso nesse segmento com o lançamento, previsto para hoje, do Programa Inserção Sustentável das Cooperativas no Mercado de Carbono, que será lançado hoje, em Brasília pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
Uma das primeiras medidas do programa será habilitar como certificadoras as empresas brasileiras na Organização das Nações Unidas (ONU). Para apressar o processo será assinado um protocolo de intenções que incluirá os ministérios, a OCB e o Banco do Brasil.
Segundo levantamento da OCB, há atualmente no Brasil apenas quatro cooperativas que trabalham com créditos de carbono: Eletrorural, Cooperio, Copagril e Coopercampos.
A Eletrorural faturou R$ 6 milhões em 2007 com a venda de redução de 134 mil toneladas de dióxido de carbono, assim gerando energia para uma pequena central hidroelétrica.
O ainda modesto mercado de crédito de carbono tem beneficiado investidores estrangeiros que, nas negociações com cooperativas, fazem contratos de longo prazo em que detêm até 90% da renda.