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Eleição dificulta corte de tarifas sobre etanol brasileiro nos EUA

Um novo projeto de lei do Senado norte-americano que reduz a tarifa de importação sobre o álcool tem pouca chance de ser aprovado, já que não há muito tempo hábil e o tema é complicado demais politicamente para ser debatido em ano de eleição, disseram assessores do Congresso.

Os senadores Dianne Feinstein, democrata da Califórnia, e Judd Gregg, republicano de New Hampshire, apresentaram a proposta esta semana para reduzir a tarifa em linha com o subsídio pago aos misturadores (blenders) de álcool, que caiu para US$ 0,45 por galão ante US$ 0,51.

O projeto de lei cortaria a tarifa para US$ 0,45 por galão do nível atual, de US$ 0,54, e determinaria ao Congresso que a reduza novamente se o subsídio aos misturadores for diminuído de novo.

A proposta foi encaminhada ao Comitê de Finanças do Senado, onde deve permanecer.

O presidente do painel, democrata Max Baucus, disse anteriormente que ele era contra cortes na tarifa.

Além disso, ele normalmente não daria prioridade a uma proposta patrocinada por legisladores que não são membros de seu comitê, como no caso de Feinstein e Gregg.

O principal representante republicano no comitê de finanças, Chuck Grassley, se opõe ao projeto, afirmou um assessor.

Grassley disse anteriormente esta semana que o Brasil e outros países podem exportar mais de 452 milhões de galões de álcool sem pagar imposto aos EUA este ano via o Caribe, pelo pacto comercial que beneficia o produto reprocessado na região.

Os embarques ainda estão abaixo do volume compreendido no acordo.

vantagem.

“Até que o Brasil e outros países aproveitem integralmente a vantagem de exportar álcool sem tarifa para os EUA, não deveríamos nem discutir oferecer-lher ainda mais acesso sem tarifa”, afirmou Grassley.

Muitos especialistas em energia defendem a redução da tarifa, ou o seu fim, porque os EUA vão precisar de mais produto importado para atender uma lei federal que requer um maior uso de álcool a cada ano.

Refinarias dos EUA têm de misturar 9 bilhões de galões de álcool à gasolina este ano.

Estes volumes vão gradativamente subir para 36 bilhões de galões até 2022.

O maior obstáculo para cortar a tarifa é a forte oposição de legisladores de Estados produtores de milho.

Tratar de um tema que não trará votos parece improvável este ano.

“Ficaria surpreso”, disse um assessor do Congresso quando perguntado se o projeto de lei deve avançar.

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