De acordo com a BBC, o presidente afirmou que a campanha internacional do governo a favor do etanol brasileiro é “uma guerra necessária” para o Brasil O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, em Roma, que o objetivo principal do Brasil na Conferência da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) sobre Segurança Alimentar, Mudanças Climáticas e Bioenergia, que começa amanhã na capital italiana, será convencer os parceiros internacionais que o etanol brasileiro não ameaça a produção de alimentos.
De acordo com a BBC, o presidente afirmou que a campanha internacional do governo a favor do etanol brasileiro é “uma guerra necessária” para o Brasil. Segundo ele, ONGs, fazendeiros europeus e a indústria automobilística da Europa estão entre os que fazem campanha contra o etanol. “Não é o etanol que faz subir o preço dos alimentos, porque o Brasil, que produz mais biocombustíveis, também produz mais alimentos”, afirmou.
Debate
Segundo Lula, a conferência será uma oportunidade de o Brasil dar seqüência ao debate sobre combustíveis alternativos para as próximas décadas. “Estamos convencidos de que o mundo pode relutar, mas vai ter de assumir a responsabilidade de usar outros combustíveis”, afirmou o presidente na embaixada do Brasil.
Lula chegou sábado à cidade para participar da conferência. Em seu discurso na cerimônia de abertura, o presidente fará uma defesa dos biocombustíveis, apontado por alguns países como um dos vilões na alta dos preços dos alimentos.
O presidente disse ainda que o Brasil apresentou alternativa consistente e que os biocombustíveis e o etanol podem ser “a grande chance do território africano”. Ele pretende ampliar o debate sobre os sucessivos aumentos no preço do barril de petróleo.
Sobre a Amazônia, disse que não admite críticas internacionais a respeito da preservação da floresta, citando a Europa, que tem somente 0,3% da sua mata original.
Presidente confirma ida ao encontro do G8
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu participar novamente neste ano do encontro do G8 – o grupo dos sete países mais industrializados do mundo mais a Rússia – que acontece no Japão, em julho, mesmo sem ter sido atendida a reivindicação de uma participação mais efetiva durante a reunião.
No encontro deste ano, os cinco países emergentes convidados – além do Brasil, a China, Índia, México e África do Sul – terão um café da manhã com os presidentes do G8, e um almoço, antes da apresentação final dos documentos apresentados pelos dois grupos, individualmente.
Lula havia chegado a dizer que o Brasil não iria mais chegar apenas para a “sobremesa”, como costumava ocorrer nos anos anteriores, em que o grupo chamado de G5 aparecia apenas no último dia para uma reunião pró-forma, quando o documento do G8 já estava discutido, pronto e acabado. A reivindicação do grupo era uma participação mais efetiva nas discussões nos dias anteriores e Lula queria que o G5 se reunisse antes, discutisse os temas, para depois o G8 levar em conta as propostas.