A Petrobras antecipará em quase dois meses – do final de setembro para o início de agosto – a entrada do Gás Natural Liquefeito (GNL) na matriz energética brasileira. “O combustível estará disponível comercialmente, independente de haver ou não demanda das usinas térmicas”, disse ontem a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, durante a assinatura do contrato de suprimento do combustível pelo Grupo BG, no Rio.
Segundo ela, a primeira carga contratada pode variar entre 75 mil e 130 mil metros cúbicos, volume pequeno perto do total dos 21 milhões de metros cúbicos diários de capacidade de processamento dos dois terminais de regaseificação que estão sendo instalados no País. “Este volume pode variar um pouco de acordo com a demanda na ocasião, mas o ideal é que não haja necessidade de usá-lo”, disse Graça.
O GNL, que é mais caro que que o óleo combustível, o óleo diesel e o gás produzido no País, servirá apenas como uma espécie de seguro, para ser utilizado em caso de falha no abastecimento dos produtos mais baratos. O contrato firmado com o grupo BG não teve seu prazo de duração e seu volume total divulgados.
Segundo a diretora, serão “várias cargas” ao longo deste e do próximo ano. O contrato é o quarto firmado pela Petrobras para garantir o suprimento no País. Além da BG, a Petrobras firmou contrato com a Shell. Com a BG, a Petrobras assinou dois acordos. Um deles prevê o atendimento do terminal de regaseificação de Pecém, no Ceará, com capacidade de processamento de 7 milhões de metros cúbicos. O terminal, um navio especial que está sendo construído em Cingapura, deve chegar ao Brasil em 15 de julho. O segundo acordo prevê a entrega de cargas de GNL com flexibilidade definida pela Petrobras: a cada carregamento, a estatal indica em qual terminal o produto será entregue, em Pecém ou na Baía da Guanabara.
Graça descartou a possibilidade de utilização do GNL para a formação de estoque. Segundo ela, há um prazo de 60 dias estabelecido pela legislação vigente entre o aviso para o acionamento de uma usina térmica e sua operação de fato.
A empresa ainda estuda a localização de uma terceira unidade de regaseificação, no valor de cerca de US$ 400 milhões, para processar entre 14 milhões e 20 milhões de metros cúbicos diários.