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Suez quer ações com a Odebrecht para reduzir impacto ambiental de usinas

O presidente do consórcio Energia Sustentável, Victor Paranhos, disse que ações para minimizar o impacto ambiental e social da usina de Jirau (cujo leilão foi vencido hoje pela empresa) deverão ser feitas em conjunto com o consórcio capitaneado por Odebrecht e Furnas.

Eles foram concorrentes da Energia Sustentável no leilão de Jirau e venceram o leilão da usina de Santo Antônio, que também será construída no rio Madeira e que foi licitada em dezembro do ano passado.

“Os problemas ambientais são únicos para as duas usinas, não tem essa de esse peixe é meu, esse peixe não é. A competição acabou hoje, agora começa a cooperação”, disse.

Paranhos disse ainda que as duas obras farão com que o Estado de Rondônia cresça “duas vezes a velocidade da China”. Ele disse que, entre as ações para a mitigação do impacto social das obras, está a erradicação da malária no Estado.

Bolívia

Paranhos disse ainda que as mudanças no projeto minimizarão possíveis impactos que possam ocorrer na Bolívia, país por onde passa o rio Madeira.

O projeto apresentado pelo consórcio vencedor prevê a construção da usina nove quilômetros abaixo do local estipulado nos estudos originais –o que, segundo os empresários, reduzirá custos e impactos ambientais.

Leilão

O consórcio liderado pelas empresas Suez e Camargo Corrêa venceu nesta segunda-feira o leilão da usina de Jirau, no rio Madeira. O grupo ofereceu R$ 71,40/MWh, valor 21,54% inferior ao preço máximo, que era de R$ 91/MWh. O leilão durou sete minutos e foi encerrado com um lance único.

O grupo informou que venderá 30% do total gerado –o valor máximo permitido– para o mercado livre (grandes indústrias, shopping, etc, que compram energia diretamente da usina). Com isso, o preço final para as distribuidoras fica em R$ 71,37 por MWh. Pelo cálculo, quanto maior a quantidade vendida ao mercado livre, menor o preço para a distribuidora.

Suez e Camargo Corrêa integram o consórcio Energia Sustentável do Brasil –Suez Energy (50,1%), Camargo Corrêa Investimentos em Infra-Estrutura (9,9%), Eletrosul Centrais Elétricas (20%) e Chesf (20%).

Eles venceram o grupo Jirau Energia– com Furnas Centrais Elétricas (39%), Odebrecht Investimentos em Infra-Estrutura (17,6%), Construtora Norberto Odebrecht (1%), Andrade Gutierrez Participações (12,4%), Cemig Geração e Transmissão (10%) e Fundo de Investimentos e Participações Amazônia Energia II, formado pelos bancos Banif e Santander, (20%).

No leilão de Santo Antônio, o grupo com Odebrecht ofereceu R$ 78,90, valor 35% menor do que o teto.

A usina de Jirau é considerada prioritária pelo governo e faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). A obra terá capacidade para gerar 3.300 MW e entrará em funcionamento a partir de 2013, com custo previsto de R$ 8,7 bilhões.

No total, a obra terá 44 turbinas, suficientes para abastecer 9,8 milhões de casas mensalmente. A usina está localizada a 135 quilômetros de Porto Velho e deverá gerar 13 mil empregos diretos e 50 mil empregos indiretos.

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