Mercado

Commodities Agrícolas

A desvalorização do dólar e o encarecimento dos custos da energia, que pode estimular a demanda pelo etanol obtido a partir da cana, puxaram ontem a alta do preço do açúcar no mercado futuro, segundo analistas ouvidos pela Bloomberg. A queda do dólar aumenta a procura pelas chamadas “soft commodities”, negociadas em Nova York. Ontem, o barril do petróleo fechou pela primeira vez acima de US$ 120 o barril. Em Nova York, os contratos de açúcar com vencimento em outubro avançaram 43 pontos, para 12,73 centavos de dólar por libra-peso. Nos últimos 12 meses, a alta acumulada é superior a 27%. No mercado doméstico, o preço da saca de 50 quilos fechou em baixa de 0,51%, a R$ 27,40, segundo o índice Cepea/Esalq. No mês, a queda é de 1,01%.

Os contratos futuros da soja caíram ontem na bolsa de Chicago, anulando os ganhos anteriores, diante de especulações de que a alta na produção dos EUA e América do Sul irá colocar no mercado mais grãos que as indústrias de alimentos e rações podem consumir. O cultivo de soja pode ser 18% maior que a previsão divulgada pelo governo americano em março. Segundo analistas ouvidos pela Bloomberg, o plantio de milho foi prejudicado pelas chuvas, e a cultura poderia ser substituída pela soja. “A produção de soja pode dobrar os estoques dos EUA até a safra 2009”, afirmou Dale Durchholz, do AgriVisor Services. Em Chicago, julho recuou 9 centavos, para US$ 1,277 por bushel. No mercado interno, a saca ficou em R$ 43,68, alta de 0,58%, segundo o Cepea/Esalq.

O último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre o andamento da safra de milho do país ratificou a lentidão do plantio e acentuou ainda mais o cenário de aperto da commodity. Na segunda-feira, o USDA informou que 27% da safra estava plantada nos 18 principais Estados produtores até 4 de maio – a média dos cinco anos anteriores foi de 59% para o mesmo período. É o ritmo mais lento desde 1995, motivado pelo excesso de chuvas nas lavouras ocupadas pelo grão. Com isso, os contratos de milho que vencem em julho negociados na bolsa de Chicago subiram 12,25 centavos de dólar, para US$ 6,0625 por bushel. No mercado interno, o preço da saca de 60 quilos do milho subiu 1,16%, para R$ 28,02, segundo o indicador Esalq/BM&F.

A seqüência de quedas da cotação do trigo pode aumentar a demanda no mercado americano, o que puxou a alta do preço da commodity ontem nos mercados futuros, segundo analistas ouvidos pela Bloomberg. Até a última segunda-feira, o trigo acumulou baixa de 40% na comparação com o patamar recorde de US$ 13,4950 por bushel, atingido em 27 de fevereiro. Na bolsa de Chicago, os contratos de julho com vencimento em julho subiram ontem 12,50 centavos de dólar, para US$ 8,18 por bushel. Em Kansas, que comercializa o trigo de melhor qualidade, a alta foi de 8 centavos de dólar, para US$ 8,64 por bushel. No mercado interno, o preço da saca de 60 quilos permaneceu ontem em R$ 41,98, sem variação, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral).