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Preço do álcool derruba vendas no Rio Grande do Norte

O aumento do preço do álcool em alguns postos da capital já está levando os proprietários de carros flex a optarem pela gasolina como opção para abastecer. Os postos falam em quedas nas vendas acima de 50% depois que o valor do litro do derivado da cana-de-açúcar passou de R$ 1,69 para R$ 1,89.

Os problemas da entressafra da matéria-prima são o principal motivo para a alta nos preços que fez com que o álcool deixasse de ser vantajoso em relação à gasolina.

Em um posto localizado na Avenida Alexandrino de Alencar, a mudança no preço foi feita há uma semana e a procura pelo combustível já caiu cerca de 70% entre os carros bicombustível. “Alguns ainda fazem a mistura do álcool com a gasolina para abastecer, mas com uma quantidade menor. E outros que costumavam mandar completar com álcool agora estão optando só pela gasolina”, declarou a frentista Soraya Soanne.

Na mesma via, o gerente de outro posto que não quis se identificar, informou que houve uma redução de 50% nas vendas diárias. “Até o aumento, vendíamos cerca de 3 mil litros de álcool por dia; agora são 1.500 litros. Os motoristas não querem mais abastecer porque não tem mais vantagem”, lamentou. Neste posto, a gasolina era vendida a R$ 2,56, enquanto o álcool estava a R$ 1,89. O segundo representa cerca de 73% do valor do primeiro.

Para o usuário de carro flex, abastecer com o álcool só tem vantagem se o preço corresponder a no máximo 70% do valor da gasolina. Isso porque a primeira opção faz com que o carro tenha um rendimento 30% menor em relação ao segundo. Ou seja, o carro consome mais em menos tempo. Para saber se é vantajoso abastecer, o motorista deve dividir o preço do á lcool pelo da gasolina e o resultado não pode ultrapassar 0,7.

A secret ria Sheila Araújo, que ontem à tarde estava abastecendo o carro bicombustível da empresa onde trabalha, diz que sempre opta pelo álcool. Porém, com o aumento do preço, ela conta que ficou inviável continuar desse jeito e agora escolhe a gasolina.

Segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP), 12 dos 46 postos de Natal verificados apresentaram o preço do á lcool sendo mais de 70% do valor da gasolina. Os motoristas que utilizam os postos da Zona Sul são os mais prejudicados: 13 dos 16 postos localizados nesta área demonstraram desvantagem.

De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo (Sindipostos), a situação ainda deve perdurar por cerca de mais três meses.