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Alta de commodities deve elevar receita da Agrishow

A 15ª Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), de Ribeirão Preto, que começa na próxima segunda-feira, investe nos grãos, para ter novo crescimento neste ano. O setor sucroalcooleiro também segue valorizado.

A previsão é que a feira fature cerca de R$ 800 milhões, 12,68% mais que os R$ 710 milhões da edição do ano passado e volume 60% superior aos R$ 500 milhões de 2006, ano em que a crise da soja tirou ao menos R$ 300 milhões de negócios da Agrishow, de acordo com a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).

A previsão, no entanto, está longe do recorde do evento, de R$ 1,288 bilhão, de 2004, obtida justamente por causa do bom desempenho dos grãos.

“Estamos vivendo um momento bem melhor da agricultura brasileira do que foi 2006 e 2007. Os preços estão aquecidos [a saca de 60 kg de soja, por exemplo, que chegou a ser comercializada por menos de R$ 20, atualmente está acima de R$ 40], há uma expectativa também de aquecimento por mais tempo, não é uma coisa que vai acabar neste ano ou em dois ou três anos, o que dá coragem ao produtor de investir em tecnologia, que é o que alavanca a competitividade. Por isso, estimamos um faturamento próximo de R$ 800 milhões”, afirmou o presidente da Agrishow, e ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.

De acordo com ele, a estimativa é realista, justamente por causa dos resultados obtidos nos anos anteriores.

“A Agrishow mudou a cara da tecnologia agrícola brasileira. A produtividade cresceu, porque as colheitadeiras velhas perdiam grãos, não tinham o refinamento das máquinas de hoje. Ela colhe mais grão por área, não é que deu mais grão, ela colhe mais grão”, disse.

Cancelamentos

Um outro indicativo de que a Agrishow deste ano terá resultado positivo é que as outras feiras promovidas pela Abimaq foram canceladas -em Rondonópolis (MT), Rio Verde (GO) e Luiz Eduardo Magalhães (BA). Por isso, a organização prevê reunir em Ribeirão compradores desses Estados.

“A expectativa é que venda bastante neste ano, porque o setor de grãos está ótimo. No sucroalcooleiro, deve haver novidades, como novas máquinas, além da compra de mais máquinas pelos produtores”, afirmou o usineiro Maurilio Biagi Filho, presidente da Usina Moema.

Acordo assinado entre o governo do Estado, a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) e plantadores prevê que, até 2010, 70% da cana em áreas mecanizáveis em São Paulo terá de ser colhida sem queimadas, ou seja, por meio de máquinas. Segundo o IEA (Instituto de Economia Agrícola), o índice chegou a 40,7% na última safra, o que exige que os empresários acelerem a compra das colheitadeiras.