O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, presidente do Conselho Superior de Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), disse ontem que pretende estabelecer uma visão estratégica para a Agrishow e criar pelo menos outras duas feiras paralelas ao evento, que acontece neste ano entre os dias 30 de abril e 5 de maio, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo.
“Quero estabelecer uma nova visão estratégica. Não vou mexer com dinheiro, arrecadação ou lobby. Quero criar uma Agrishow estratégica e tentar trabalhar com ela para utilizar o local onde se faz o evento para trabalhar pelo menos mais duas feiras”, revelou, após participar de reunião com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, na sede da entidade empresarial. Uma delas será sobre a questão ambiental e sua relação com o setor agrícola; a outra, sobre biocombustíveis e a criação de uma estratégia nacional para a área. Rodrigues foi contratado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) para presidir a feira, a maior do setor no Brasil e a terceira maior do mundo. “Queremos trazer para dentro do setor rural e do agronegócio a questão ambiental, de maneira positiva e pró-ativa. Vamos trabalhar muito mais com essa estratégia de longo prazo”, disse.
Já o tema dos biocombustíveis, segundo Rodrigues, embora seja um tema cada vez mais presente inclusive em discussões internacionais e envolva 11 ministérios, carece de definições básicas para um setor que deve ser tornar estratégico no país. “Ainda não temos uma definição nem sobre quanto álcool queremos produzir para o mercado interno ou para o mercado externo, modelo de produção, sistema de logística e estocagem”, exemplificou. “Então estou pensando em montar um projeto que tenha uma espécie de centro de agroenergia, pelo menos de formação de políticas”, explicou.