O presidente da Guatemala, Álvaro Colom, afirmou hoje que espera iniciar uma nova etapa nas relações de seu país com o Brasil e negociar investimentos de infra-estruturas na área petrolífera.
“Definitivamente, tanto a Guatemala está olhando para o sul como o Brasil para a América Central e isso é importante para a integração, e é preciso aproveitar essas circunstâncias” disse Colom em declarações durante sua visita ao Rio de Janeiro.
O presidente se reuniu hoje com executivos da Petrobras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil (BNDES), principal braço financeiro do governo brasileiro para projetos de infra-estrutura.
Colom explicou que está administrando o financiamento para vários projetos de energia, petróleo e infra-estruturas em seu país nos quais poderiam participar empresas brasileiras por meio de processos de licitação.
O líder afirmou que o montante total destes fundos será definido amanhã em reunião que manterá com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
“Não se falou de dinheiro”, mas só o total gasto com hidroeletricidade deve ser aproximadamente “de US$ 800 a US$ 900 milhões”, detalhou Colom, sobre uma das prioridades em investimentos de seu governo.
Também explicou que espera negociar uma maior participação da Petrobras em projetos de prospecção e produção de petróleo em território guatemalteco.
O governante afirmou que uma “lei de petróleo muito ruim” impediu em seu país um maior desenvolvimento dessa indústria.
“Estamos trabalhando para modificar isso. Estamos retirando 15 mil barris por dia (de petróleo) e os especialistas acham que deveríamos retirar 100 mil ou talvez 200 mil barris”, disse.
Colom comentou que seu governo espera trazer empresas petrolíferas internacionais para essa nova etapa da indústria petrolífera em seu país e que a Petrobras e o governo brasileiro fazem um esforço partilhado para poder garantir a utilização dos recursos disponíveis.
“Sinceramente, nos interessa uma boa aliança em energia para a utilização dos recursos disponíveis”, disse. De acordo com a declaração do ministro Meany “seria uma honra ter a Petrobras como parceira, por sua experiência e excelência em tecnologia”.
“A cooperação com a Petrobras também se estenderá para a área de biocombustíveis, incluindo a utilização de cana-de-açúcar para a produção de etanol”, explicou Colom.
Uma comissão da Petrobras irá a seu país em breve para explorar esses possíveis negócios.
No aspecto petroleiro, o governante espera uma participação da Petrobras na extração e produção de petróleo em águas do oceano Pacífico.
Sobre sua visita à Brasília amanhã, disse que faz parte de um compromisso mútuo entre Brasil e Guatemala, pois quando Lula assistiu a sua posse, no dia 14 de janeiro, os dois governantes concordaram em realizar esta visita de Estado.
Segundo explicou o presidente guatemalteco, Lula ofereceu o apoio da Petrobras para aperfeiçoar sua indústria energética.
Colom se reunirá amanhã com Lula na capital brasileira para discutir assuntos políticos de sua agenda bilateral, como a intensificação de relações comerciais entre o Mercosul e o Sistema de Integração Centro-Americana (Sica).
Este bloco é integrado por Honduras, Guatemala, Nicarágua, El Salvador e Panamá, e desde 2004 vem discutindo um possível acordo de livre-comércio com o Mercosul.
Até agora, esta associação não saiu do terreno das manifestações de vontade política.
Outro assunto que, possivelmente, fará parte da agenda dos dois presidentes será o apoio da Guatemala à candidatura do Brasil para assumir um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
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