Combinar dois motores em um único veículo é uma idéia antiga. Locomotivas, por exemplo, são híbridas, impulsionadas por motores a diesel (que geram força) e elétrico (para a propulsão em si). O primeiro carro híbrido de série foi o Toyota Prius, lançado em outubro de 1997. Com a ameaça do aquecimento global, outras marcas seguiram a japonesa e apresentaram seus modelos, com algumas diferenças de aplicação. A PSA Peugeot-Citroën, por exemplo, poderá ser a primeira a oferecer um híbrido diesel-elétrico, o Peugeot 308. O carro deve ser exibido no Salão de Paris, em outubro.
O funcionamento é simples. No Kia Rio híbrido, o motor elétrico é colocado entre o volante do propulsor “principal” (1.4 a gasolina) e a caixa de câmbio CVT, de relações continuamente variáveis. Sua função é dar mais força na partida, em acelerações ou subidas. Com o carro em movimento, o motor elétrico é desligado e acumula a energia das frenagens em uma bateria no porta-malas.
Computadorizado, o sistema tem outras vantagens. Parado, desliga o motor a gasolina automaticamente se o motorista mantiver o pé no freio por alguns segundos. Para religá-lo basta acelerar novamente. Ao volante, nem se percebe essa movimentação – só as indicações no painel da utilização do motor elétrico ou de sua recarga. Segundo a fabricante sul-coreana, o modelo reduz o nível de emissões de poluentes em 37% e o consumo em 44% quando comparado ao modelo a gasolina.
Já o Chevrolet Volt, apresentado ano passado em Detroit (EUA), utiliza o motor elétrico como principal. Após ser carregado por seis horas em tomada de 110 volts, roda até 60 km. Se a distância for maior, o motor a combustão o recarrega. Como sua função é só essa, o propulsor “normal” é tricilíndrico, de 1 litro, turbo. Gera 73 cv e pode rodar com E85 (combustível que contém 85% de álcool e 15% de gasolina). Mas, segundo informações da GM, poderia ser adaptado para rodar com etanol puro no Brasil, por exemplo. Seu nível de emissões é extremamente baixo.
Diferente dos flexíveis
Híbridos se distinguem dos veículos flexíveis em vários aspectos. Primeiro, têm dois motores, alimentados por dois tanques (outra diferença). Flexíveis têm só um tanque para gasolina ou álcool em qualquer proporção.