O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, discutiu nesta quinta-feira, em Brasília, com representantes do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos questões relacionadas ao comércio entre os dois países. Nove empresas que fazem parte do grupo estão entre as 20 maiores exportadoras americanas. Em nota, a assessoria de imprensa do ministério informou que o principal enfoque da reunião foi bioenergia, especialmente o etanol. Os americanos mostraram interesse em produzir o biocombustível.
É importante tratarmos a questão dos biocombustíveis juntos. Acho que vocês têm um papel fundamental nessa experiência. Nós não estamos tão avançados nesta área como deveríamos estar, disse o vice-presidente do conselho, Mark Smith. Para o ministro Stephanes, é interessante que mais países produzam biocombustíveis, principalmente os parceiros comerciais do Brasil.
Stephanes destacou, ainda, a importância da integração com os EUA. O secretário de Produção e Agroenergia do ministério, Manoel Bertone, reiterou a sintonia dos dois países nos assuntos de bioenergia, com foco no desenvolvimento desse mercado e na geração de oportunidades. O ministro explicou que na questão de biocombustíveis o etanol é o mais representativo no Brasil e que 80% do produto se destina ao mercado interno, devido à crescente demanda de carros tipo flex.
A questão está bem coordenada do ponto de vista ambiental, de zoneamento e de produção. Embora a questão esteja bem ordenada, tenho me preocupado com a velocidade do aumento da produção, que não está correspondendo à velocidade da demanda do mercado. Stephanes informou que a previsão é de dobrar a produção de etanol nos próximos anos.
RODADA DOHA. Segundo a Agência Brasil, Stephanes disse ainda, durante a reunião, que não acredita no sucesso da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Não acredito porque não vejo os americanos dispostos a abrir mão dos subsídios agrícolas e nem os europeus. Esse é um assunto do Ministério das Relações Exteriores, mas a opinião do ministro da Agricultura é essa, disse Stephanes. O ministro falou logo no início da reunião, quando Smith quis saber qual é a posição do Ministério da Agricultura sobre o assunto e Stephanes avisou que responderia de forma clara e objetiva.
As negociações na Rodada visam à redução das barreiras comerciais para os países em desenvolvimento. Iniciadas em novembro de 2001, em Doha, no Qatar, as negociações são realizadas entre países desenvolvidos e os do G-20, o grupo dos maiores países em desenvolvimento. E as principais controvérsias referem-se aos subsídios agrícolas.