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Europa vê etanol como solução energética

A Comissão Européia, braço executivo da União Européia (UE), irá propor o fim de grande parte dos subsídios diretos aos fazendeiros para a produção do etanol. Ontem, a comissária de Agricultura da UE, Mariann Fischer Boel, anunciou que enviará aos 27 países do bloco uma proposta para que a ajuda de 45 euros por hectare plantado seja eliminado. Em sua avaliação, o etanol é parte da solução energética da Europa e as acusações de que o biocombustível estaria gerando a alta dos preços dos alimentos não são corretas. “É injusto transformar o biocombustível em bode expiratório para os movimentos extremos nos mercados [de matérias-primas]”, defendeu “Não haverá volta [na decisão]”, garantiu, em relação ao uso do biocombustível na Europa. Fischer Boel deixou claro que a UE sabe que o etanol é uma solução polêmica, já que os críticos apontam para os efeitos negativos na produção de alimentos e mesmo questionam a validade ambiental do combustível. “O etanol não uma varinha mágica que solucionará todos nossos problemas”, afirmou. “Mas é um instrumento importante para nossa política energética e será usado sempre que possível.” Para a UE, outro motivo estratégico para o uso do etanol é acabar com a dependência na importação do petróleo. Segundo ela, 98% do petróleo na UE é importado. “teremos um problema sério quando as torneiras fecharem um dia e o biocombustível é parte da resposta a isso”, alertou. A comissária ainda garante que o uso de etanol na Europa até 2020 prevê a utilização de apenas 15% de suas terras aráveis para o combustível. Fischer Boel ainda garante que parte da demanda por etanol será atendida por importações do Brasil. Se uma segunda geração de biocombustíveis demorar para chegar, a solução é simplesmente de aumentar a importação. “A política européia para o biocombustível é uma tacada de gênio ou um ato de loucura? Nem um nem outro”, alertou. “Precisamos aprender a usar o etanol da forma correta para ter os melhores resultados.”