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Estudo indica novas plantas, como o girassol

O primeiro relatório do estudo encomendado pela Petrobras também apontou potencialidades em espécies que não costumavam ser mencionadas quando se falava em produção de biodiesel. Do amendoim, por exemplo, pode se extrair até 40% de óleo. Ele é superado apenas pelo girassol (42%) e mamona (49%). Há ainda plantas que são cultivadas no Estado, mas que têm o óleo como subproduto como o milho e o coco.

Já dentre as nativas (aquelas que ainda não são cultivadas pelo homem), há de se destacar o pequi e o buriti. A primeira é uma fruta do cerrado brasileiro, mas que é muito utilizada na cozinha nordestina. Dela é extraído um azeite denominado azeite de pequi. A segunda é uma planta conhecida pelos índios como “a árvore que emite líquidos” ou “a árvore da vida”, sendo considerada sagrada.

A lista pesquisada é extensa. Ainda de acordo com o estudo, há mais de 100 espécies de oleaginosas que podem ser exploradas para fins bioenergéticos. Sementes de maracujá, tomate e uva também foram mencionadas, além de arroz, babaçu e carnaúba. Todas as plantas identificadas estão com seus estudos de viabilidade em níveis primários.

“Não podemos descartar nenhuma matéria-prima quando falamos em bioenergia. Porém, essas novas espécies não são consideradas principais, pois não possuem um teor de óleo elevado. E para incluir o agricultor familiar em um programa de biodiesel é preciso adotar políticas compensatórias na hora de pagar o preço da matéria prima”, argumenta o presidente do IPA, Júlio Zoé de Brito.

O Hbio que será utilizado na Refinaria Abreu e Lima é diferente do biodiesel. Ele consiste em um processo para a produção de um petrodiesel diferenciado a partir da utilização de óleos vegetais, enquanto o biodiesel é um produto totalmente originário de fontes naturais. Cinco refinarias da Petrobras já estão adaptadas para processar o composto, o que já despertou o interesse do mercado internacional.

Na semana passada a estatal criou uma subsidiária para conduzir exclusivamente ações no segmento de biocombustíveis, requerida desde o começo de 2007.