Com aumento de 25% no volume de cargas transportadas na região de Sorocaba, em apenas um ano, a América Latina Logística (ALL) prevê mais um acréscimo entre 12% e 14% no volume de cargas para este ano. A operadora também injetará mais dinheiro no Centro de Projetos de Vagões de Sorocaba, com investimentos da ordem de R$ 28 milhões, que representam cerca de 50% a mais que no ano anterior. Outro investimento será na unidade local que engloba a linha férrea de Iperó ao porto de Santos, com a troca de 78 mil dormentes e 50 mil metros de trilhos.
O Centro de Projetos de Vagões de Sorocaba foi instalado em maio de 2006, quando a ALL adquiriu a Brasil Ferrovias. Atualmente, a unidade faz manutenção, reforma e recuperação de vagões, além de desenvolver projetos especiais. Segundo a assessoria de comunicação da companhia, a capacidade da oficina local é de duzentos vagões/mês, mas faz serviços em uma média de cem vagões por mês. Esse número varia conforme a demanda de adaptação de vagões para clientes e de manutenção da frota, esclareceu o setor.
A unidade tem 250 colaboradores diretos e 100 indiretos, sendo a maioria dos funcionários de Sorocaba. Em 2007, as equipes que atuam no Centro de Projetos de Vagões recuperou 538 vagões e fez a manutenção preventiva de 719 vagões. Conforme o setor, os vagões para recuperação são, geralmente, provenientes de acidentes e da frota morta da Brasil Ferrovias. Vagões estes que necessitavam de pesado investimento de componentes e serviços. Alguns deles estavam parados há mais de dez anos, informou a assessoria.
De acordo com o setor de comunicação da ALL, entre agosto a dezembro de 2006, ano da concessão, foram recuperados cerca de 200 vagões. E além da recuperação, no mesmo período citado, a oficina fez a manutenção de 480 vagões. Em 2007, a companhia investiu na oficina local: R$ 8 milhões na manutenção de vagões e R$ 11 milhões na recuperação. Para este ano, segundo a assessoria, R$ 20 milhões serão investidos na reforma de vagões e outros R$ 8 milhões serão destinados à manutenção dos ativos.
Num setor específico da oficina local, os trabalhos ficam concentrados na manutenção e recuperação de graneleiros, gôndolas de minérios e vagões-tanque. Antes de passar por uma revisão, por exemplo, os vagões-tanque são lavados e desgaseificados, explicou Robson Pezotta, do Centro de Projetos. A oficina está capacitada para qualquer tipo de serviço como manutenção preventiva, restauração, transformação, reforma e até construção de um vagão-madrinha, por exemplo, com a utilização de uma plataforma.
A assessoria esclareceu que a ALL possui concessão apenas para o transporte de cargas, de forma que todos os investimentos são focados neste tipo de vagões. O setor adiantou que ALL tem contrato fechado para iniciar, neste primeiro semestre, em Sorocaba, a adaptação de trezentos vagões para o transporte de celulose da VCP, mas que a companhia já tem um protótipo em teste, circulando em São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Cargas e linha férrea
A ALL soma mais de 20 mil quilômetros de malha ferroviária, da Argentina ao Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Somente na região de Sorocaba foram registrados aumentos de quase 25% no volume de cargas transportadas. Em 2007, foi carregada uma média de 4,5 mil vagões/mês e descarregados cerca de 4 mil, o que totalizou mais de 6 milhões de toneladas movimentadas na região. A companhia também registrou uma redução de 104 para 65 horas no percurso entre Sorocaba e o porto de Santos.
De acordo com a assessoria de comunicação, entre as cargas transportadas pela região está o açúcar, bobinas de aço e soja. Desde que assumiu o controle da Brasil Ferrovias, a ALL realiza uma série de investimentos em via permanente, tecnologia e treinamento. Somente em 2007, a Unidade de Produção Sorocaba investiu mais de R$ 18 milhões em manutenção e recuperação de sua malha. E a previsão, para 2008, será a troca de 78 mil dormentes e 50 mil metros de trilhos.
O trecho engloba a linha férrea de Iperó ao porto de Santos. Além disso, será realizado nivelamento mecanizado e capina química. Os investimentos de 2007 concentraram-se principalmente na troca de dormentes, trilhos e outros serviços de via permanente. E informou que a ALL trabalha com indicadores por malha. Em 2006, na Malha Norte, eram registrados 105 acidentes para cada milhão de quilômetro percorrido pelo trem, e em dezembro de 2007, o índice caiu para 33 acidentes.