O governo da Jamaica começa a analisar nas próximas semanas as propostas de grupos interessados em participar da privatização de usinas de açúcar daquele país. Dos oito grupos pré-qualificados, dois são brasileiros – Coimex e Infinity Bio-Energy.Com cerca de 2,4 milhões de habitantes, a Jamaica quer tornar sua indústria sucroalcooleira mais atrativa, sobretudo com a produção em larga escala de etanol. Fortemente dependente da agricultura e da exploração de minérios, principalmente a bauxita, o governo deu início em junho de 2006 a um processo de desestatizar suas usinas. Segundo a consulesa honorária da Jamaica no Brasil, Maria Pia Bastos-Tigre, as empresas que fizerem as melhores propostas deverão ganhar o processo. O Estado possui seis usinas de açúcar. A produção de etanol é pequena, voltada para as indústrias de bebidas. “O governo pode escolher um ou mais grupos neste processo”, disse Maria Pia, que também é sócia de um escritório de advocacia especializado em empresas que investem no exterior. Para participar do processo, a Coimex firmou acordo com o grupo Cosan nesta pré-qualificação, que deverá ser concluído até o final deste primeiro semestre. A Infinity Bio Energy está concorrendo sozinha. Dos outros oito grupos, um deles é americano (Flo Sun Incorporated), outro de Trinidad e Tobago (Angostura Limited), um indiano (Dhampur Sugar Mills), dois da própria Jamaica (Energen Development e J.Wray & Nephew Limited), e de Bahamas (Stirling Partners). De acordo com Maria Pia, as empresas caribenhas que participam deste processo estão mais interessadas na produção de bebida – o rum da Jamaica é conhecido internacionalmente. Para as empresas do Brasil, o país é considerado estratégico para seus investimentos. O país tem acordo de exportação preferencial para União Européia (UE) e para os Estados Unidos, dois mercados fechados para o açúcar e álcool brasileiro. Com a UE, o país tem acordo preferencial para exportar açúcar por fazer parte dos países ACP (Ásia, Caribe e Pacífico). Por esse acordo, a UE importa açúcar de suas ex-colônias pagando quase o dobro do valor do produto no mercado internacional. O país também se beneficia do acordo CBI (Caribbean Basin Initiative). Por meio desse tratado, o álcool da região do Caribe entra nos EUA com isenção de impostos. Até o dia 18 de fevereiro, as empresas têm de submeter suas propostas ao governo. A previsão do Development Bank of Jamaica (DBJ), banco de desenvolvimento do país que está conduzindo o processo de privatização, é de concluir a operação até junho. Nenhuma outra empresa que não esteja pré-qualificada poderá entrar neste momento no processo. Segundo Maria Pia, se houver mais grupos interessados, elas terão de se associar com uma das oito já pré-qualificadas, como fez a Cosan. Mas a Cosan poderá desistir do negócio, se for conveniente para o grupo. No início do processo de qualificação, a companhia brasileira Aracatu demonstrou interesse, mas desistiu no meio do caminho. Procuradas, a Coimex e Infinity não comentaram o assunto. Atualmente, a Coimex e a Crystalsev já atuam no Caribe. A Coimex, inclusive, possui uma usina de desidratação de álcool na Jamaica, em sociedade com a Petrojam, empresa de petróleo local, e a Crystalsev, em El Salvador, em parceria com a Compañía Azucarera Salvadoreña (Cassa) e a multinacional Cargill.
Mais Notícias
Mais artigosMercado
Brasil pode liderar meta global de quadruplicar biocombustíveis até 2035
Compromisso sobre biocombustíveis assumido durante reunião ministerial em Osaka terá reflexos centrais nas discussões da COP30
Administração
Colombo Agroindústria convoca acionistas; saiba mais
Convocação da Colombo está em publicação na Gazeta SP
Mercado
Saiba como foi a exportação de açúcar até a segunda semana de setembro
Exportação de açúcar e de melaço somou US$ 615,8 milhões
Administração
Copersucar divulga ata de reunião que aprovou fim de filial
Ata da reunião da diretoria da Copersucar está no Diário Comercial
Indústria
Preços do cristal branco variam para cima e para baixo
Oscilação de preços do açúcar cristal branco é registrada pelo Cepea
Mercado
Por que o preço do etanol hidratado nas usinas caiu depois de 7 semanas de alta
Queda no preço do etanol hidratado nas usinas paulistas é registrada pelo Cepea