O governo Bush não propôs nenhuma alteração na tarifa de importação de etanol em seu novo Orçamento 2009, enviado ao Congresso dos Estados Unidos nesta segunda-feira, afirmou um porta-voz do Departamento de Energia.Ele disse que embora a tarifa de 0,54 dólar por galão expire no fim de dezembro, durante o ano fiscal de 2009 que começa em 1o de outubro, o governo terá discussões com os parlamentares ainda este ano sobre o que deve ser feito com a tarifa.A taxa visa proteger os produtores norte-americanos de etanol das importações mais baratas, principalmente do Brasil. Enquanto os produtores dos EUA fazem o biocombustível a partir do milho, os brasileiros utilizam a cana-de-açúcar como matéria-prima.O secretário de Energia dos Estados Unidos, Sam Bodman, havia dado sinais na semana passada, durante discurso na Câmara de Comércio dos Estados Unidos, que era favorável à eliminação ou à redução da tarifa, e que a administração iria abordar a questão em seu novo Orçamento 2009.”Diria apenas que acredito que existem vantagens de ter tido o tipo de subsídios e tarifas que ajudaram a proteger esta indústria. Creio que, o melhor que posso dizer, esta indústria está bem perto de poder se sustentar sozinha”, disse Bodman na ocasião.Os fabricantes de etanol nos Estados Unidos ganham um crédito tributário separado de 0,51 dólar por galão, que vai durar até 2010.”Teremos discussão (sobre a tarifa) com o Congresso, como sempre fazemos, sobre a política apropriada quando a tarifa expirar”, disse o secretário adjunto de Energia, Clay Sell.Produtores no Brasil afirmaram estar desapontados com a notícia.”A manutenção da tarifa do etanol vai contra a retórica de comércio livre e aberto dos Estados Unidos”, afirmou Marcos Jank, presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).”É revoltante que países desenvolvidos como os Estados Unidos continuem taxando combustíveis renováveis de parceiros democráticos e confiáveis enquanto encorajam importações livres de tarifas de petróleo de regiões instáveis do mundo”, ele disse.Entretanto, a Associação de Combustíveis Renováveis, que representa os produtores de etanol nos EUA, afirmou que a tarifa é necessária para impulsionar investimentos dos EUA no desenvolvimento do etanol celulósico.”Removendo a tarifa… você vai congelar esse tipo de investimento que tem sido registrado na indústria”, segundo o porta-voz da associação, Matt Hartwig.
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