A Petrobrás, que atualmente investe US$ 2,9 bilhões na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), já definiu seu próximo projeto no Paraná: vai instalar uma fábrica de coque calcinado – usado como matéria-prima pela indústria de alumínio –, com recursos de mais US$ 100 milhões. A nova usina, que deve ficar pronta em 2011, vai aproveitar a produção de coque de petróleo da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar). “É um investimento adicional que vamos fazer para absorver a produção da refinaria” diz Paulo Roberto Costa, diretor de abastecimento da Petrobrás.
A fábrica da Coquepar no Paraná terá capacidade para produzir 600 mil toneladas por ano de coque calcinado, de acordo com João Adolfo Oderich, diretor geral da Repar. O número de empregos que serão gerados e a localização do novo projeto ainda não foram definidos, mas o executivo adianta que a intenção é instalar a unidade em um dos municípios no entorno de Araucária. A expectativa do mercado é que a unidade possa empregar até 800 pessoas.
Além da calcinadora do Paraná, serão instaladas mais duas, no município de Seropédida, no Rio de Janeiro. Enquanto a unidade paranaense vai processar o coque produzido pela Repar, as demais terão como insumo o coque originário da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na cidade de mesmo nome, no Rio de Janeiro.
A produção poderá ser vendida para empresas como Alcoa e Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) e há grande potencial de exportação, segundo a Petrobrás. O mercado mundial de coque calcinado é estimado em cerca de 20 milhões de toneladas por ano, e é disputado por gigantes, como a British Petroleum e a norte-americana Oxbow Carbon. No Brasil, a Associação Brasileira de Alumínio (Abal) calcula que esse segmento movimente 600 mil toneladas por ano (cerca de US$ 140 milhões).
Saiba mais sobre a Coquepar
(clique para ver) Enquanto a indústria de alumínio consome a maior parte (75%) do coque de petróleo calcinado, os 25% restantes são usados em aplicações como fonte de carbono para a produção de dióxido de titânio, aço e outros processos químicos.
O coque que será calcinado na fábrica paranaense da Coquepar é um dos novos derivados de petróleo que começarão a ser produzidos pela Repar nos próximos anos. Na semana passada, a direção da Petrobrás deu início às obras de ampliação da refinaria, que deverão absorver US$ 2,9 bilhões até 2011. As novas unidades vão produzir coque de petróleo, gasolina e diesel, gás de cozinha, propeno e hexano, além de aumentar em 10% a capacidade de produção, de 32 milhões para 35 milhões de litros por dia.
A refinaria, que fatura R$ 21 bilhões por ano, produz hoje 12% dos derivados de petróleo da Petrobrás. Oderich estima que pelo menos 5 mil pessoas devam trabalhar nas obras nos próximos meses. Hoje a Repar emprega 1,2 mil pessoas. Ao todo 21 consórcios de empresas estão trabalhando no local. O projeto de ampliação da refinaria chegou a integrar uma lista de obras sob suspeita de irregularidades pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no ano passado, mas, segundo Oderich, as questões já foram respondidas pela empresa. “Não há qualquer irregularidade. Tanto que demos início às obras na última segunda-feira” diz.