Mercado

Químicos puxam alta da produção industrial

A produção industrial goiana cresceu 5,3% em outubro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora expressivo, o índice ficou abaixo da média nacional, de 10,3%. Já na comparação com setembro último, ajustada sazonalmente, a produção industrial goiana avançou 3,9%, depois de recuar 1,1% em agosto.

O resultado apurado em Goiás no mês de outubro, sobre o mesmo mês de 2006, foi influenciado pelo segmento de produtos químicos (15,1%), principalmente devido à produção de adubos ou fertilizantes e de medicamentos. O Laboratório Neoquímica, indústria de medicamentos instalada no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), produziu em outubro 18 milhões de unidades, contra 13 milhões no mesmo mês do ano passado, com aumento de 38,4%.

O diretor industrial Amaraí Furtado Silva informa que a elevação da produção física é resultado de investimentos na ampliação do laboratório, visando atender a demanda reprimida, principalmente do mercado interno. Para 2008, o Neoquímica prevê novos investimentos de cerca de R$ 60 milhões em três novas áreas de produção na indústria do Daia – uma de sólidos orais (comprimidos, cápsulas e drágeas) e duas linhas de fabricação de injetáveis (antibióticos).

Alimentos e bebidas

De acordo com o economista da Coordenação de Indústria do IBGE, Fernando Abrita, outro segmento que contribuiu para o avanço da produção industrial goiana em outubro foi o de alimentos e bebidas, com elevação de 3,6%, propiciada pelo maior volume de fabricação de maionese e açúcar cristal. Puxada pelo cimento, ladrilho e placas de cerâmica, a indústria de minerais não-metálicos apresentou elevação de 14,1%. Já a metalurgia básica registrou alta de 1,4%, por causa do ferroníquel e do ferronióbio.

Dos cinco segmentos industriais pesquisados pelo IBGE em Goiás, apenas um – o extrativo – teve resultado negativo em setembro. A queda de 2,8% foi causada principalmente pela menor produção de amianto e fosfato cálcio. Fernando Abrita admite que a diferença de um dia útil a mais em outubro deste ano sobre o mesmo mês de 2006 pode ter influenciado o resultado geral, mas prefere destacar o cenário mais favorável da conjuntura econômica em 2007.

O economista do IBGE cita o avanço das exportações de commodities (soja e carnes) e o mercado interno mais aquecido devido à inflação sob controle, maior oferta de crédito, taxas de juros em queda e prazo alongado, além da melhoria do emprego e da renda.

No acumulado de janeiro a outubro, a produção industrial goiana, conforme o IBGE, apresenta taxa de 2%, resultado que também fica abaixo da média nacional do período, de 5,9%. No ano, o melhor desempenho é o da indústria extrativa, com 10%, puxado pelo amianto e pedras britadas, seguido de minerais não-metálicos (9,5%), com destaque para o cimento. Alimentos e bebidas acumulam índice de 0,7%, devido à produção de maionese e refrigerantes.

Já metalurgia básica cresceu 1,4%, por causa de ferroníquel e ferronióbio, e produtos químicos apresentaram taxa de 0,8%, influenciada por adubos e fertilizantes, além de sabões para uso doméstico e industrial.

Expansão.

A expansão da produção industrial foi espalhada pelo País em outubro e todas as 14 regiões pesquisadas mostraram crescimento ante igual mês de 2006. Na comparação com setembro, apenas Pernambuco (-1,3%) mostrou declínio na produção. Isabella Nunes, economista da coordenação de indústria do IBGE, disse que os resultados regionais confirmam a influência do aquecimento do mercado interno.

Segundo ela, as regiões que estão crescendo acima da média nacional são influenciadas positivamente pela produção de bens duráveis (eletrodomésticos, automóveis) ou bens de capital. Ela sublinhou também que ainda que a diferença de um dia útil a mais em outubro tenha influenciado os resultados, os indicadores mostram que “a conjuntura econômica mais favorável este ano” foi determinante para o bom desempenho.

Segundo Isabella, essa conjuntura favorável responde a fatores como o aumento da renda e do crédito, além da estabilidade no mercado de trabalho.