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São Paulo: PHB aposta em plástico a partir do açúcar

A PHB, empresa controlada pela Organização Balbo e Pedra Agroindustrial, ambas de São Paulo, investiu R$ 1 milhão na construção de um laboratório para desenvolver plásticos a partir do açúcar. Esse laboratório, localizado dentro da Universidade São Carlos (Ufscar), será inaugurado no dia 4 de dezembro, e faz parte de um plano mais ambicioso da empresa, que pretende construir uma fábrica para ter produção em escala industrial.

Com pesquisas avançadas em biopolímeros a partir do açúcar há quase uma década, o grupo já planejava desde o ano passado ter uma fábrica própria em 2008. “Mas ainda não há mercado maduro para absorver este produto em larga escala”, afirma Sylvio Ortega, diretor-executivo da PHB. Por conta disso, a planta, projetada para 2008, deverá entrar em operação só em 2010, com capacidade de produção de 10 mil toneladas de biopolímeros/ano. O aporte inicial, da ordem de US$ 50 milhões, também deverá ser revisto para cima.

A produção de plásticos a partir do açúcar está em estudos no Brasil, Estados Unidos e na China há pelo menos uma década, afirma Ortega. No Brasil, grandes grupos, como a Braskem, anunciaram que vão utilizar o etanol como matéria-prima principal. “Temos tecnologia desenvolvida para a produção de polipropileno [utilizado pelas indústrias de autopeças e embalagens plásticas rígidas], poliuretano [também destinado a embalagens]”, diz.

De acordo com Ortega, o laboratório construído na universidade deverá aprimorar os produtos que foram desenvolvidos dentro da planta-piloto do grupo, instalada na Usina da Pedra, em Serrana (SP). “O laboratório vai aprimorar as pesquisas em andamento e também desenvolver novas embalagens plásticas para o mercado”, afirma Ortega.

O executivo ressalta que a produção de biopolímeros à base de açúcar não deverá afetar o abastecimento no mercado interno. Quando a demanda por açúcar nesse mercado estiver consolidada, o país poderá absorver cerca de 2% do consumo total nacional – de 12 milhões de toneladas/ano de açúcar – para este fim. Ortega acredita que a demanda será maior no mercado internacional. “Por ser um produto biodegradável, há países da Europa e da Ásia que têm maior interesse.”