A Usina Jalles Machado, de Goianésia, foi a primeira destilaria brasileira a protagonizar uma transação de créditos de carbono e marcou a entrada do setor sucroalcooleiro neste mercado.

A empresa tem um contrato com o governo holandês, pelo qual comercializa Certificados de Emissões Reduzidas (CER) resultantes de um balanço positivo de 2.190.686 toneladas de CO² entre emissões e capturas de gases do efeito estufa. A empresa obteve uma receita de R$ 540 mil com créditos entre 2001 e 2005, R$ 160 mil em 2006 e R$ 200 mil em 2007.

De acordo com o gestor de Sistemas de Gestão Integrada da Jalles Machado, Ivan Zanatta, os números consideram a colheita mecanizada. Mas, segundo ele, mesmo com colheita não-mecanizada e a queima do canavial, o balanço ainda seria positivo em 40% desse total por conta dos vários projetos de geração de energia da empresa. Ivan lembrou que a receita do crédito de carbono ainda não é tributada e 2% vão para um fundo de combate à pobreza da Organização das Nações Unidas (ONU), responsável pelas transações.

Projeto

O diretor de Comercialização da Jalles Machado, Segundo Braoios Martinez, explica que a empresa pode fazer o projeto, através de uma certificadora ou consultoria especializada, sem nenhum desembolso, se conseguir um comprador que custeie tudo. Ele lembra que o próprio consultor faz a corretagem dos créditos no mercado internacional. “Íamos vender cada tonelada por US$ 5, mas conseguimos cerca de US$ 5,50 para cobrir os investimentos com o projeto”, explica.

Segundo Martinez adverte que qualquer empresa pode aproveitar as oportunidades existentes. A Jalles Machado já estuda o impacto que as seringueiras produzidas na região podem ter na redução de gases do efeito estufa na atmosfera para transformarmos isso em um novo projeto.

“Hoje, o meio ambiente paga todos os investimentos que fazemos nele através de créditos de carbono”, explica.