A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (25), no Rio de Janeiro, a segunda geração de biocombustíveis, o bioetanol, produzido a partir de resíduos vegetais. Esta tecnologia permite o desenvolvimento de álcool a partir de qualquer resíduo, desde que tenha em sua composição química a lignocelulose. Foram investidos neste processo cerca de R$ 3 milhões.
De acordo com o gerente Executivo do Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes), Carlos Tadeu da Costa Fraga, a expectativa da Petrobras é implantar até 2010 uma unidade de produção de escala semi-industrial, que vai permitir a obtenção de parâmetros de processo que servirão de base para a elaboração de uma unidade industrial já a partir de 2011.
Os engenheiros da Petrobras utilizam o bagaço-de-cana como base para a pesquisa. A planta-piloto, construída no Cenpes, na Ilha do Fundão, na Zona Norte, tem capacidade de produzir álcool a partir bagaço-de-cana, a partir de enzimas.
Atualmente, esta planta experimental produz em média 220 litros de bioetanol por cada tonelada de bagaço-de-cana. De acordo com a coordenadora do projeto, Lídia Santa Anna, os pesquisadores trabalham com a possibilidade de conseguir retirar 280 litros do biocombustível de cada tonelada. A pesquisadora explicou que a escolha do bagaço-de-cana aconteceu por causa da grande disponibilidade no mercado – excedente de 6 a 10 milhões de toneladas. Mas ela explicou que a Petrobras já pretende levar a estudo, o resíduo denominado torta de mamona, que é o resíduo deste vegetal.