Mercado

Brasil exportará menos açúcar para a Rússia

O Brasil, país que é o maior produtor mundial de açúcar, provavelmente exportará uma quantidade menor da commodity à Rússia, o que vem se somar às preocupações sobre o excedente do produto no mercado mundial, disse a empresa de pesquisa sobre commodities F.O. Licht.

A Rússia, país que é o maior importador mundial de açúcar, está aumentando sua produção, mas seu consumo interno está estagnado, disse ontem, em conferência, Helmut Ahlfeld, diretor executivo da F.O. Licht.

A produção russa de açúcar alcançou 3,3 milhões de toneladas na última temporada, e o país consome aproximadamente 5,8 milhões de toneladas de açúcar por ano.

“A Rússia está dando grandes passos no sentido de reduzir suas importações”, disse Ahlfeld. “E isso ameaça encolher os mercados de exportação para o Brasil”, que vende quase um terço de seu açúcar à Rússia.

A queda nas importações da Rússia poderá aumentar o excedente mundial, prevê a F.O. Licht, acrescentando que devem sobrar aproximadamente 15 milhões de toneladas de açúcar durante a próxima temporada – o que corresponde a quase 10% da demanda mundial.

O excedente da oferta fez com que os preços do açúcar refinado (branco) negociado em Londres recuassem 20% este ano, enquanto os preços do açúcar não refinado (demerara) transacionado em Nova York caíram 16%.

“Essa é uma ótima época para os importadores de açúcar, mas não é tão boa para os países exportadores”, disse Ahlfeld.

“É improvável que o choque de preços tenha um efeito instantâneo” na geração de uma queda na produção.