Mercado

Pesquisa do BC eleva estimativa para a balança comercial no ano

O bom desempenho da balança comercial neste início de ano faz com que os analistas de mercado elevem as estimativas de saldo anual de US$ 20,70 bilhões, na semana passada, para uma posição mais firme, de US$ 20,90 bilhões. Tendência de alta que vem se mantendo há cinco semanas e que ainda tem bastante espaço para crescer, considerando-se que o saldo recorde, obtido em 2003, chegou a quase US$ 25 bilhões.

É o que revela o Boletim Focus, divulgada ontem pelo Banco Central, com base na pesquisa semanal que o BC faz junto aos principais consultores e instituições financeiras do país. A pesquisa mostra que o mercado também está mais otimista com relação à entrada de investimentos estrangeiros diretos neste ano. A perspectiva anterior, de US$ 12,05 bilhões de recursos externos no setor produtivo, passou para US$ 12,50 bilhões.

Cresce, também, a expectativa de recuperação do Produto Interno Bruto (PIB), de 3,68% para 3,70%, embora a estimativa para 2004 seja inversa: cai da estimativa anterior, de 3,80%, para 3,76%. A mediana das expectativas de mercado também retorna ao patamar de 6% para a inflação de 2003 e mantém expectativa de 5% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano que vem. Os demais índices de inflação em análise permanecem estáveis. Para este mês, o IPCA deve ficar em torno de 0,70%, mas o mercado prevê redução acentuada para o mês de março, de 0,42%.

Esses indicadores devolvem um pouco de calmaria ao mercado, em que pese a interrupção do processo de redução da taxa básica de juros (Selic), que está em 16,50% ao ano desde dezembro último. Com isso, a expectativa de queda da taxa Selic para este ano cai de 13,80%, na semana passada, para 13,75%, com base nas estimativas de redução de 0,25% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em março.

O mercado prevê, ainda, que o dólar norte-americano estará valendo R$ 3,10 no encerramento do ano. Nível que vem se mantendo há cinco semanas. A expectativa piora um pouco em relação ao nível de comprometimento da dívida líquida do setor público comparada ao PIB. A estimativa subiu de 56,25% para 56,30%. (Fonte: Agência Brasil)