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PIB do agronegócio do País cresce 2% no primeiro semestre

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio fechou o primeiro semestre do ano com alta de 2,03%, apesar de apresentar pequena queda no seu ritmo de expansão pelo terceiro mês consecutivo. O levantamento é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Os bons resultados dos segmentos de frango e de leite garantiram uma taxa de crescimento de 2,67% do PIB do agronegócio da pecuária.

No caso do agronegócio relativo apenas à agricultura, foram os desempenhos das lavouras de milho, algodão e soja que contribuíram para o aumento do PIB acumulado de 1,78% de janeiro a junho deste ano. Também no segmento agrícola, a indústria pressionou negativamente com seu baixo resultado, por causa principalmente da grande queda registra no semestre no preço do açúcar em comparação com o mesmo período do ano anterior. “A produção recorde nesta safra de grãos e os preços médios superiores na comparação com o mesmo período do ano passado repercutem positivamente nos resultados do PIB do agronegócio em 2007”, afirmou o superintendente técnico Ricardo Cotta, da CNA.

Com o crescimento, o superintendente técnico da CNA, Ricardo Cotta Ferreira, estima que o PIB do agronegócio deve fechar o ano em R$ 564,4 bilhões, crescimento de 4,5% no ano. O cálculo foi feito pela CNA com base no resultado acumulado do primeiro semestre do ano. Ele foi questionado se havia necessidade de uma nova rodada de renegociação de dívidas, como defendem os deputados da Câmara, se a expectativa era de aumento no PIB do agronegócio. Cotta explicou que um dos fatores que impede que os produtores se beneficiem do aumento é a questão do endividamento. “A dívida come parte da renda”, disse. Outro fator é o aumento dos custos de produção, principalmente na compra de fertilizantes. Mas, acrescentou Cotta, a alta recente nos preços dos principais produtos agrícolas permite o incremento no PIB, mas não beneficia a maioria dos produtores, que já vendeu praticamente toda a safra colhida em 2006/07.

“A saca de soja é vendida a R$ 40 em Paranaguá, mas o produto não está mais com o produtor. A soja está nas mãos das tradings”, ressaltou. Ele acredita que a renda no campo começará a crescer a partir do próximo ano se os preços das principais commodities continuarem em alta. Cotta lembrou que muitos produtores estão aproveitando a alta de preços para fazer vendas futuras, ou seja, comercializam a safra que ainda não foi plantada. A saca de soja no município de Rondonópolis está sendo vendida a US$ 15 por saca, contra US$ 9 em igual período de 2006. “O cenário é mais favorável”, disse. Cotta também avaliou o resultado do primeiro semestre da agroindústria e destacou a queda de 28% no PIB do setor sucroalcooleiro; 3,11% no segmento de papel e celulose; e de 3,07% no setor de calçados.