Mercado

Novos mercados e preço de commodities elevam exportações

O desempenho das exportações do Brasil –que apresentou dois recordes mensais consecutivos– tem sido influenciado não só pelo aumento dos preços das commodities no mercado internacional, mas também pelo aumento das quantidades vendidas ao exterior. “É uma recuperação e agora estamos voltando a ter um comportamento mais ou menos equilibrado”, afirmou Armando Meziat, secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento.

Entre janeiro e julho, o preço médio subiu 9% em relação ao mesmo período do ano passado e a quantidade (“quantum”), 7,6%. Esses dois fatores forem responsáveis pelo crescimento de 16,9% das exportações nos primeiros sete meses do ano (US$ 87,334 bilhões). O dado geral consolidado com as informações de agosto ainda não foi divulgado.

Dos produtos que apresentam um maior aumento na quantidade vendida entre janeiro e agosto estão milho (129,4%), açúcar refinado (44,5%), carne de frango industrializada (43%), petróleo (26,3%) e ônibus (24%).

Já no ano passado, o crescimento das vendas foi sustentado pelos aumento dos preços de 12,5%. A quantidade apresentou uma elevação de apenas 3,2%.

Esse perfil de exportação coloca o Brasil em uma posição menos vulnerável na avaliação do secretário. Para ele, sem a conquista de novos mercados, os produtos brasileiros enfrentariam uma dificuldade maior caso os preços das commodities venham a cair. “Se você cresce só no preço você fica mais vulnerável caso ocorra uma queda nos preços internacionais.”

Apesar dessa conquista de novos mercados, as vendas do Brasil estão concentradas em cinco destinos: EUA (US$ 16,4 bilhões), Argentina (US$ 9 bilhões), China (US$ 7,2 bilhões), Países Baixos (US$ 5,1 bilhões) e Alemanha (US$ 4,5 bilhões). Esses cinco países respondem por 41,2% do total das exportações brasileiras até agosto, que foram de US$ 102,434 bilhões.

Do lado das importações, os principais fornecedores do mercado brasileiro são Estados Unidos (US$ 12,1 bilhões), China (US$ 7,6 bilhões), Argentina (US$ 6,5 bilhões), Alemanha (US$ 5,6 bilhões) e Japão (US$ 3 bilhões). Os cinco respondem por 46,4% de todas as importações, que chegaram no mês passado a US$ 74,921 bilhões.

Agosto

As exportações totalizaram em agosto US$ 15,101 bilhões, o valor mais alto já registrado para um único mês. O recorde anterior foi em julho (US$ 14,120 bilhões). No entanto, as importações também foram recorde, US$ 11,566 bilhões no mês passado. O saldo do mês ficou em US$ 3,535 bilhões, 22,4% abaixo do registrado em agosto de 2006 (US$ 4,554 bilhões).

Essa queda ocorre porque as compras de produtos importados crescem a um ritmo superior ao registrado pelas exportações. As vendas subiram apenas 10,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, já as importações tiveram um incremento de 26,9%.

Meziat lembrou que o menor saldo comercial será benéfico para o exportador, que tem dificuldades em vender quando a cotação do dólar está baixa.

De setembro de 2006 a agosto de 2007, o saldo entre exportações e importações está em US$ 44,224 bilhões, 4,3% menor que o registrado no período anterior (setembro de 2005 a agosto de 2006), uma diferença de US$ 2 bilhões. “Isso é um alívio na pressão sobre o dólar.”