Além do início das obras da Refinaria Abreu e Lima, o presidente Lula participará da solenidade de inauguração do Cais 4 de Suape, cuja implantação começou em 2001 e só foi concluída agora. O investimento foi de R$ 103 milhões, mas ainda não está definido quem vai operar o futuro terminal portuário. O Grupo Bunge e a Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), que vai construir a Transnordestina, disputam a operação.
Nós temos 100% de interesse no Cais 4. O nosso investimento será de R$ 130 milhões e Pernambuco só precisa entregar o Cais 4 e dragar para 16 metros de calado?, pediu o presidente da CFN, Tufi Daher Filho. A CFN já formalizou o interesse na área para o governo do Estado e aguarda uma resposta. A Bunge, que constrói no local um moinho com capacidade para produzir 825 mil toneladas de farinhas de trigo e pré-misturas, quer operar um terminal para receber trigo e embarcar a produção para exportação.
A CFN, entretanto, afirma não querer competir com a Bunge, mas prestar serviço. ?Queremos atender todas as empresas, inclusive a Bunge. É evidente que ela quer ter um terminal próprio, mas para atender a sua demanda. E nós queremos atender a todas as empresas?, disse Daher Filho. Segundo ele, o cronograma da CFN é iniciar a obra do terminal em 2008, operando a partir de 2010.
Tem muita gente interessada. Estamos analisando?, comentou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho. Ele afirmou que está marcando um encontro entre o controlador da CFN, Benjamin Steinbruch, e o governador Eduardo Campos para definição do futuro uso do Cais 4. ?Do ponto de vista jurídico, a CFN não poderá ser operadora de portos. Vamos conversar, pois queremos ajudar, em tudo o que for possível, na implantação da obra?, disse.
Bezerra Coelho vai pedir à bancada pernambucana no Congresso a inclusão de emendas para já trabalhar o Cais 5. Nos planos de Suape, há uma longa lista de empresas interessadas. O próprio Terminal de Contêineres (Tecon) deve ser ampliado para o Cais 1, que hoje é a área pública de múltiplo uso. Ele adianta que a GM teria interesse em obter o espaço de dois cais. ?Se tudo der certo, encontramos três cais prontos e vamos ter o 4, 5 e 6 para atender grãos, açúcar e cargas gerais, mais dois para a GM, mais dois para o Estaleiro Atlântico Sul e outros dois para minérios?, prevê Bezerra Coelho.
O ex-presidente do Porto de Suape Matheus Antunes reforça a importância do Cais 4 para expandir as operações do porto e lembra que a obra ganhou outro ritmo depois de ter sido incluída no Programa Piloto de Investimentos (PPI). Para viabilizar os novos investimentos, também será necessário fazer pressão em cima das liberações de recursos.