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Empresários querem medidas para incrementar mercado de álcool

As usinas e destilarias estão propondo ao governo que aumente de 25% para 30% a quantidade de álcool misturado à gasolina, o que representa um aumento na demanda de 1,5 bilhão de litros. É uma das propostas reveladas pelo empresário Maurílio Biagi Filho, da Cia. Energética Santa Elisa (Sertãozinho – SP) e representante da ABID (Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústria de Base) na Câmara Setorial de Açúcar e Álcool, do Ministério da Agricultura.

Esse aumento foi justificado pela necessidade de incremento no consumo diante da expectativa de uma produção entre 6% e 9% este ano.

Entre as proposta de Biagi Filho, consta ainda uma indicação para que o governo decida pela adição de 1% de álcool ao diesel. As sugestões foram anunciadas no sábado, em Ribeirão Preto (SP), durante o encerramento do seminário “Posicionamento Estratégico no Setor Sucroalcooleiro – Safra 2004/2005”, realizado pelo ESALQ (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), do campus da USP de Piracicaba. A reunião debateu durante três dias a safra de cana-de-açúcar prevista para começar em abril em todo o Estado de São Paulo.

Na avaliação de Biagi Filho, o cenário internacional desenha um quadro para o setor sucroalcooleiro de produção maior do que a demanda, estoques altos e preços em declínio com poucas possibilidades de recuperação em curto prazo. No mercado nacional, segundo ele, os preços estão em declínio (açúcar e álcool), e perspectiva de produção recorde sobre a do ano passado, demanda por álcool em ascensão e açúcar estável. O empresário afirma ainda que “são boas as perspectivas para o álcool em médio prazo, em função do aumento da produção dos veículos flex-fuel e preços baixos aumentando a demanda”.

Biagi filho entende que o setor tem agora duas alternativas: aumento da demanda e/ou diminuição da oferta (produção). “Diminuir a oferta é a opção mais fácil e econômica, mas quase impossível no nosso cenário”, acrescenta ele, entendendo que o problema está concentrado no curto prazo e pode ser resolvido com o aumento da mistura na gasolina e a mistura de 1% ao diesel.

O empresário defende ainda uma ampla campanha para tentar diminuir a diferença do preço do álcool pago pelo consumidor, buscando dessa forma o aumento da demanda. Em São Paulo a média é de R$ 0,80 o litro, contra R$ 1,40 da média nacional. Biagi Filho defende ainda a unificação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) no patamar de 12%, como fez São Paulo no final do ano passado ao reduzir a alíquota que era de 25%.