Apostando na antecipação da obrigatoriedade da adição de 5% de biodiesel ao diesel, o Grupo Bertin inaugurou sua primeira usina de biocombustível – a maior no mundo a usar como matéria-prima principal o sebo bovino- com a expectativa de atender 14% da demanda nacional já em 2008.
A unidade, localizada em Lins (SP) e com capacidade para processar 110 milhões de litros anualmente, recebeu investimentos da ordem de R$ 42 milhões, sendo R$ 14 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES). Além desta, usina a companhia tem mais dois projetos de biocombustível em andamento nos Municípios de Diamantina (MT) e Campo Grande (MS), onde está construindo um frigorífico, e utilizará o mesmo complexo para a construção da nova planta.
De acordo com o diretor comercial da Bertin, Rogério Barros, dentro de um período de quatro a cinco meses a usina já deverá estar operando em sua plena capacidade, prazo que coincide com a data em que se torna obrigatória a adição. “Com a obrigatoriedade de 2% de adição, não haverá excedente de produção”, afirma. A empresa está confiante em que a adição de 5% seja antecipada. “O governo vem sinalizando que fará essa antecipação em função da capacidade instalada”, completa Barros.
Produção
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A princípio, 60% da produção deverá atender à demanda interna da empresa, priorizando a frota de caminhões, e o restante será vendido às distribuidoras que já têm negócios com a empresa, que produz mais de 50% da matéria-prima que será utilizada. Em 2006, o excedente de produção da empresa foi de 80 mil toneladas de sebo. A empresa também pretende adquirir cerca de 30% da matéria-prima da agricultura familiar, adquirindo dessa forma o selo do governo.
A Bertin tem outros projetos na área de energia limpa, cana-de-açúcar, como o da cidade de Dourados (MS), que deverá ficar pronto em 2009 e onde foram investidos R$ 200 milhões no total, e planos de abrir capital dentro de um ano e meio.
Solenidade
A cerimônia de inauguração contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, do ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, do ministro da Agricultura, Reinold Stephanes, e do ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, que afirmou que é favorável à antecipação.
