Para manter o ritmo de crescimento dos dois dígitos nos próximos anos, a Santos-Brasil investe em 2007 cerca de R$ 300 milhões. Deste total, R$ 95 milhões foram aplicados na aquisição da Mesquista S.A. Transportes e Serviços. O restante será aplicado na ampliação do terminal de contêineres no Porto de Santos. Com a nova empresa e a construção de um novo terminal, a Santos-Brasil vai ampliar em 50% sua área física no maior porto do Brasil até o ano que vem.
Com a projeção do crescimento no comércio exterior, a empresa quer se manter na liderança, afirma Antonio Carlos Duarte Sepúlveda, diretor de operações da Santos-Brasil, que detém uma participação de 40% do mercado da movimentação de contêineres na costa brasileira.
A empresa dispõe hoje de 480 mil m² de área. O novo terminal agregará 112 mil m². Da Mesquita, vai incorporar três áreas – duas próprias alfandegadas em Santos (64,7 mil m²), Guarujá (52,9 mil m²) e outra alugada em São Bernardo do Campo (106 mil m²). No mesmo complexo, localizado na margem direita do Porto de Santos (Guarujá), a Santos-Brasil opera um terminal para exportações de carros, com área de 190 mil m².
O novo terminal da Santos-Brasil será construído numa área contígua onde já tem capacidade de movimentar 1,5 milhão de TEU por ano. Com isso, vai agregar mais 400 mil TEU. O objetivo é chegar a capacidade de 2,4 milhões de TEU em 2008 com obras e otimização dos espaços.
Com a compra da Mesquita , a Santos-Brasil S. A dá início ao seu programa de diversificação e expansão, baseado em três focos: ampliação de terminais de contêineres, logística e aquisição e desenvolvimento de portos.
Nesta fase de integração com a Mesquita, a Santos-Brasil incorpora ao seu patrimônio uma frota de 100 caminhões, com idade média de três anos, além de três áreas . Entre os serviços a serem harmonizados entre Santos-Brasil e a Mesquista, estão o despacho aduaneiro, transporte rodoviário, distribuição e armazenamento geral, além de armazenamento alfandegado.
Além das obras do novo pátio, a Santos-Brasil vai construir mais um berço de atracação. A empresa ainda vai comprar três novos guindastes, ao custo de US$ 7 milhões cada, para carregar e descarregar navios super post-panamax. Essas embarcações precisam de portos com calados de 15 metros, o que Santos só terá dentro de cinco anos com obras de aprofundamento do canal.
O outro projeto no qual a Santos-Brasil está focada é a aquisição de novos portos. A empresa pesquisa áreas em toda a costa brasileira no sentido de encontrar locais que permitam a construção de terminais particulares.
Com o domínio dos supernavios nos próximos anos, portos menores no Brasil terão sua demanda reduzida. Os grandes navios vão concentrar embarques e desembarques em hubs, cabendo à cabotagem ou ao transporte terrestre – caminhões ou trens- fazer a distribuição. Portos particulares, com uma infra-estrutura melhor, poderiam se candidatar a hubs ou servir como pontos de apoio.
A realização de projetos como a construção de portos envolve alta complexidade – financiamentos e liberações ambientais, por exemplo, e a empresa tem o firme propósito de atuar nesta área.
A movimentação mundial de contêineres vem crescendo 15% ao ano, três vezes acima da média da economia mundial, o que abre, muitas oportunidades, principalmente para os países em desenvolvimento. No Brasil, novas cargas conteineirizadas, como açúcar e carne frigorificada, vêm crescendo cerca de 50% ao ano.