A Usina de Álcool do Pantanal Ltda (Alcoopan), situada na Fazenda Olho D” Água em Poconé (MT), entrou para a lista em dezembro de 2006 e novamente em julho deste ano. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, no ano passado foram libertados 318 trabalhadores e agora mais 22. O nome do empregador mudou de Alcoopan para Sílvio Zulli, sócio-proprietário da indústria. Mas o fato é que agora a empresa está impedida de fazer qualquer financiamento público e no mercado internacional há uma cisma em adquirir produtos de quem não respeitam os direitos humanos.
Mas de acordo com o assessor jurídico da empresa, Ademir Joel Cardoso, as vendas da empresa não são prejudicadas, pois a Alcoopan abastece o mercado interno. As distribuidoras de combustível de Mato Grosso não tem o mesmo comportamento dos compradores de primeiro mundo, não fazem objeção se a empresa está ou não na lista do MTE.
O advogado considera trabalho dos procuradores e fiscais do trabalho de “abusivo e irresponsável” e tacha de “folclore e piada” a existência de trabalho escravo na Alcoopan. “O que o trabalhador fala para o fiscal para ser a verdade absoluta, prevalece o que o fiscal autuou. Estamos discutindo a inclusão do nome da empresa em juízo. Respeitamos os direitos trabalhistas”.
Ademir Cardoso argumenta que a jornada de trabalho é de 55 horas semanais, todos os trabalhadores estão registrados, paga-se R$ 3,25 pela tonelada de cana cortada. Antes da greve dos trabalhadores há dois meses, era R$ 2,90/ton, oferece assistência médica, alojamento e alimentação. Na safra da cana-de-açúcar são contratados de 800 a mil trabalhadores. O advogado enfatiza que eles não atrás de trabalhadores e não contratam os gatos, os nordestinos é que chegam em ônibus para tentar a sorte no Estado.
“Deveria ter uma fiscalização da chegada dessa gente. Quando há vagas, contratamos, e quando não há, dispensamos. Aí eles vão para a estrada e dizem que os desamparamos”. (DS)