Botucatu não tem tradição agrícola e está historicamente ligada à indústria. Terceira atividade do município, a agricultura gera 17% do Produto Interno Bruto (PIB), atrás dos 33% dos serviços e 50% da indústria. Aos poucos, no entanto, o agronegócio começa a ganhar espaço na economia da região.
Os pomares de laranja de Botucatu aumentaram de 500 mil pés, em 2000, para 10 milhões este ano, segundo o secretário da Indústria e Comércio do município, Edison Baptistão. A citricultura chegou a Botucatu em busca de terras ainda saudáveis, fugindo das pragas que acompanham a cultura. “Estamos negociação a instalação de uma fábrica de suco no município”, diz, sem revelar o nome da empresa.
A área plantada de cana-de-açúcar também cresce na região em torno de Botucatu. A usina mais próxima está no município de São Manuel. Na chegada da usina, os visitantes se deparam com “hexaminhões” – veículos com seis carrocerias para otimizar a chegada da cana. Situada em antiga fazenda de café, a Usina São Manoel surgiu em 1949, mas o grande crescimento ocorreu recentemente.
Notícias Relacionadas
Segundo Carlos Dinucci, diretor da empresa, a usina decidiu dobrar a produção. O projeto começou em 2003 e deve terminar em 2009, com aumento da moagem de cana de 1,5 milhão de toneladas para 3,2 milhões. Nesta safra, a usina deve moer 2,45 milhões de toneladas. O investimento total será de R$ 250 milhões, sendo R$ 140 milhões financiados pelo BNDES. A área plantada deve chegar a 35 mil hectares, 32% em fazendas arrendadas e 38% em terras próprias.
Com a expansão, o número de funcionários da usina aumentou de 1,9 mil para 3,2 mil. Diferentemente de outros concorrentes, que optaram pela terceirização, a São Manoel contrata cortadores de cana com carteira assinada e dá assistência médica. “Pagamos mais impostos, mas optamos por trabalhadores mais eficientes. Ganhamos na produtividade”, diz Dinucci. O número de empregados não deve crescer muito até o final da expansão, porque a empresa investe na mecanização da colheita. (RL)
