Vice presidente diz que ao longo de três anos Ometto se compromete a não vender a empresa. O controlador do grupo Cosan, Rubens Ometto, vai manter o comando da empresa por pelo menos três anos, apesar das mudanças na sua estrutura, anunciadas no último dia 25. A afirmação foi feita pelo vice-presidente da Cosan, Paulo Diniz, durante “conference call” realizada ontem. “O próprio controlador, sr. Ometto, se comprometeu com um lock up (trancamento) longo, de três anos, com respeito a qualquer venda parcial de sua participação na empresa”, acrescentou o vice-presidente.
A declaração vem em resposta à preocupação de investidores e a questionamento feiro pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Investidores interpretaram a reestruturação da companhia como um primeiro passo para sua venda um grupo estrangeiro. Na reestruturação o controlador criou uma nova companhia, a Cosan Limited, com sede nas Bermudas, que passou a controlar a Cosan no Brasil. A partir dela pretende fazer um oferta pública de ações de cerca de US$ 1 bilhão na Bolsa de Nova York – operação que ainda depende de aprovação da Security Exchange Comission (SEC), a comissão de valores dos EUA.
De acordo com a proposta a Cosan estrangeira terá duas classes de ações, ambas ordinárias (ON) com direito de voto na empresa, mas com pesos diferentes. As ON da classe B serão as ações do controlador e representarão 10 votos cada uma. Essas ações não podem ser transferidas a terceiros. Se o controlador Rubens Ometto desejar transferir suas ações para acionistas fora de sua família imediata, elas serão automaticamente convertidas em ON da classe A – essas ações dão direito a apenas um voto.
A diferença de peso gerou uma grande insatisfação por parte dos investidores que ficou refletida numa forte queda do preço das ações na Bovespa, que está com perda de 29,3% no ano. De acordo com Diniz, o objetivo do modelo de reestruturação é estabelecer um novo negócio e capitalizar a Cosan Limited com recursos de terceiros, sem que ocorra mudança no atual controle acionário indireto da controlada e da Cosan brasileira. Os recursos captados serão usados para empresa financiar novas aquisições, investimentos e projetos no Brasil e no exterior e permitir ao grupo se posicionar com mais dinâmica no setor mundial de energia, disse.