Mercado

Para açúcar, o chão parece ser o limite

A relação entre oferta e demanda globais sugerem que dificilmente as cotações do açúcar vão recuperar, no segundo semestre, as fortes perdas observadas na primeira metade do ano.

Em recente entrevista ao Valor, Julio Maria Martins Borges, da Job Economia e Planejamento, lembrou que o excesso de oferta mundial chegou a quase 10 milhões de toneladas na safra 2006/07, e que para 2007/08 as previsões apontam para novo superávit. Da queda de preços advinda desse desequilíbrio salvou-se praticamente apenas o Brasil, que tem a produção mais competitiva do mundo, mas o desestímulo provocado em outros países – “esse nível de preços não remunera investimentos e inibe aportes na expansão da oferta” – ainda deve demorar para fazer efeito no mercado.

Com observou na semana passada Martin Todd, diretor-gerente da consultoria britânica LMC International, o açúcar entrou em queda livre sobretudo a partir da recuperação da oferta da Índia, que na produção de cana só perde para o Brasil. Os sucessivos recordes na própria produção brasileira também ajudaram bastante a pressionar o mercado, o que pode mudar com o avanço do álcool.