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BP se une a empresa alimentícia para construir fábrica de biocombustíveis

A companhia petrolífera British Petroleum (BP) e o grupo internacional do setor alimentício Associated British Foods (ABF) decidiram se aliar para construir uma fábrica de biocombustíveis para automóveis, informou hoje a segunda companhia em comunicado.

A BP e a ABF dividirão igualmente 90% do capital da nova empresa, enquanto os 10% restantes serão controlados por um terceiro sócio: a americana Dupont.

A nova fábrica, que ficará nas instalações da BP em Saltend, perto de Hull, custará £ 200 milhões (€ 294 milhões).

A fábrica produzirá bioetanol a partir do trigo e terá uma capacidade de produção de 420 milhões de litros (330 mil toneladas ao ano).

Os parceiros estudarão ainda a possibilidade de adaptá-la à produção de biobutanol se dispuserem da tecnologia necessária.

Com este objetivo, a BP e a Dupont financiarão e construirão uma fábrica de demonstração de biobutanol (combustível obtido a partir do milho) que funcionará paralelamente à principal.

O anúncio foi feito após a divulgação do projeto da British Sugar para construir em Wissington (Norfolk) a primeira fábrica de bietanol no Reino Unido, que terá uma capacidade de 70 milhões de litros (55 mil toneladas).

Esta fábrica, que utilizará beterraba para a produção do combustível, começará a funcionar em julho.

Segundo Ian Conn, diretor-executivo da divisão de refino e marketing da BP, o mercado de biodiesel é independente do alimentício, por isso “o impacto sobre o preço dos alimentos será mínimo”.

Grupos ambientalistas e de direitos humanos estão preocupados com a possibilidade de que os biocombustíveis aumentem o preço dos alimentos nos países em desenvolvimento e acabem destruindo a floresta tropical e outros ecossistemas.

A Ong “Amigos da Terra” exige que as empresas envolvidas na produção de biocombustível tomem medidas que garantam que as colheitas utilizadas sejam “sustentáveis” tanto nos países ricos quanto nas nações em desenvolvimento. EFE