Brasil atingirá 66,5 bilhões de litros em 2030, ante os 16 bilhões atuais TOLMASQUIM: expansão ocupará áreas de pastagem RIO DE JANEIRO (AE) – A produção de etanol no Brasil dará um salto de 315%, nos próximos 25 anos, conforme projeções divulgadas, ontem, pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal responsável pelo planejamento de longo prazo do setor energético nacional. Segundo o Plano Nacional de Energia para 2030, aprovado, ontem, pelo Conselho Nacional de Pesquisa Energética (CNPE), a produção local atingirá 66,570 bilhões de litros em 2030, ante os 16,040 bilhões registrados em 2005.
Na avaliação do presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, essa forte expansão não prejudicará a produção de alimentos. Segundo ele, a produção atual de etanol ocupa cerca de 5,6 milhões de hectares e pulará para 13,9 milhões de hectares em 2030. Esse acréscimo, porém, deverá se dar basicamente pela ocupação de áreas de pastagem. Segundo ele, o Brasil dispõe hoje de 210 milhões de hectares ocupados com pastagens e é possível manter o mesmo rebanho na metade dessa área, com técnicas de confinamento. Assim, seriam liberadas áreas para produzir biomassa, sem comprometer a produção de alimentos.
Além do aumento do etanol, haverá forte expansão do biodiesel e do combustível chamado de H-bio, que é uma mistura do óleo vegetal com o óleo mineral na própria refinaria (o biodiesel resulta da combinação do diesel com o óleo vegetal na distribuidora, após o diesel ser processado na refinaria). A EPE prevê que a produção de diesel de petróleo atingirá 90,642 bilhões de litros em 2030, com aumento de 136% em relação a 2005.
A produção de biodiesel atingirá 11,745 bilhões de litros em 2030 e, a de H-bio, cerca de 5,104 bilhões de litros. A produção desses dois combustíveis em 2005 foi praticamente zero, conforme os dados da EPE.