A retomada do crescimento econômico de alguns setores, como o cafeeiro e sucroalcooleiro, além do incremento nas atividades da construção civil, já provocam filas nas concessionárias de caminhões no Estado. A espera para comprar caminhões já chega a 90 dias para alguns modelos, e isso ocorre em todo o Estado.
Os dados das montadoras mostram que faltam novos caminhões para o transporte de cana-de-açúcar, a produção das mineradoras e produtos diversos destinados à exportação. Os revendedores, por sua vez, afirmam que a falta de caminhões se concentra nos segmentos pesado e semipesado. No mês de abril, por exemplo, foi registrado crescimento nas vendas entre 40% e 56% em comparação com o mesmo mês do ano passado.
Segundo o gerente-geral da Contauto Caminhões Fernando Freitas, os juros mais baixos para financiar os veículos e o crescimento acima da média nacional de alguns setores da economia estão impulsionando a venda de caminhões também no Espírito Santo.
Potencial. “É preciso destacar que o Espírito Santo tem uma vocação grande para a importação e exportação de produtos diversos. Além de navios, estes produtos chegam ou saem dos portos em caminhões, já que o que há de ferrovia não comporta o volume movimentado”, explica Freitas. A vocação para a logística também incrementa as vendas.
Segundo ele, a fila de espera por novos caminhões não se deve somente à expansão dos grandes empreendimentos, como ArcelorMittal Tubarão (antiga CST), Vale do Rio Doce, Samarco ou Aracruz Celulose. O incremento se deve ao desempenho das médias e pequenas empresas do setor de rochas, agrícola e outros, ressalta Freitas.
Na Contauto Caminhões, de 1º a 20 de junho foram comercializados 14 unidades, sendo que a média mensal tem variado de 20 a 25 caminhões. Ele destaca que a expansão no setor de construção civil também contribui para o desempenho.
Em Colatina, no Norte do Estado, a situação não é diferente, afirma Wagner Corona, da Colatina Diesel. Segundo ele, a espera varia de 30 a 60 dias dependendo do modelo. “Para receber um cavalo (o caminhão sem a carroceria) a espera chega a 90 dias”, diz ele.
Segundo ele, o que está impulsionando as vendas na região Norte é o bom desempenho de preços do café, que está em plena época da colheita; exportação de granito e mármore e colheita de cana-de-açucar. Estes fatores, aliados aos juros mais baixos, estão mudando o comércio de caminhões. Na Colatina Diesel, a média mensal de venda é de 15 unidades. Até o dia 20 de junho foram fechadas 25 vendas.