SÃO PAULO (Reuters) – A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em baixa nesta segunda-feira, pressionada pelas ações da Cosan, que caíram mais de 5 por cento e tiveram o maior giro do pregão.
A queda acentuada dos papéis da maior empresa do setor sucroalcooleiro do país acabou ofuscando o bom desempenho da blue chip Petrobras, que subiu 1,2 por cento acompanhando a alta do preço do petróleo no mercado internacional.
O principal indicador da bolsa paulista encerrou em baixa de 0,34 por cento, a 53.242 pontos, depois de renovar seu recorde na sexta-feira.
O volume financeiro alcançou 15,3 bilhões de reais, o maior da história e inflado pelo leilão da Arcelor Mittal por ações de minoritários da Arcelor Brasil, operação que movimentou 10,3 bilhões de reais.
Na mínima do dia, o Ibovespa chegou a cair 1,4 por cento, com investidores aproveitando para embolsar lucros após a queda de cerca de 8 por cento do mercado acionário chinês. A repercussão dos outros mercados, no entanto, foi comedida e a bolsa paulista seguiu o movimento.
Nos Estados Unidos, o Dow Jones encerrou com oscilação positiva de 0,06 por cento.
COSAN DESPENCA
As ações da Cosan caíram 5,3 por cento, encerrando a 37,55 reais. O giro com os papéis encostou em 630 milhões de reais, enquanto Petrobras negociou 505 milhões de reais.
“Parece que é um investidor estratégico de longo prazo que saiu (das ações da Cosan)”, comentou o operador de uma corretora nacional que preferiu não ser identificado.
A empresa informou que na quinta-feira terminou o período em que alguns acionistas -entre os quais a Tereos- não podiam alienar alienar ações da companhia. De acordo com comunicado, a Tereos detém participação acionária de cerca de 6,2 por cento no capital social da Cosan.
O grupo açucareiro francês Tereos entrou com pedido de registro na semana passada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para lançamento das ações da unidade brasileira Guarani.
“A gente tem um fator sazonal agora, por conta do preço do açúcar, e uma expectativa de um resultado mais fraco”, afirmou o analista de investimentos Daniel Gorayeb, da corretora Spinelli.
“(Isso) está fazendo com que o papéis do setor não andem muito e a tendência é que eles comecem a andar só no segundo semestre mesmo. (Além disso), a Cosan está cotada em termos de múltiplo mais cara que a São Martinho .”
O analista preferiu não ligar diretamente o comunicado sobre os acionistas à queda da Cosan na bolsa, mas disse que esse tipo de notícia tende a ter impacto reduzido no tempo e que o papel tem suporte forte em torno de 36 reais. “Por isso (essa queda) não nos causa espanto ou preocupação.”